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quarta-feira, 24 de julho de 2024

A Covid-19 pode deixar marcas profundas no cérebro. A diminuição do QI pode ser significativa


A confusão mental tem sido, desde os primeiros dias da pandemia da Covid-19, um problema de saúde de difícil solução para os cientistas - este é um termo coloquial para descrever um estado de lentidão mental ou falta de clareza e nebulosidade que torna difícil a concentração, lembrar-se das coisas ou pensar com clareza.

Quatro anos volvidos da pandemia, há provas abundantes de que a infecção pelo SARS-CoV-2 pode afectar o cérebro de várias formas, indicou Ziyad Al-Aly, especialista da Universidade de Washington, em St. Louis, nos Estados Unidos. No entanto, apesar de um grande e crescente conjunto de dados, ainda está por se perceber as vias específicas pelas quais o vírus o faz, sendo que os tratamentos curativos são inexistentes.

Dois novos estudos, publicados no New England Journal of Medicine, trouxeram outra luz sobre o impacto profundo da Covid-19 na saúde cognitiva . Eis alguns dos estudos mais importantes até ao momento que aferiram como a Covid-19 afectou a saúde do cérebro:

- grandes análises epidemiológicas mostraram que as pessoas infectadas corriam um risco aumentado de déficits cognitivos, como problemas de memória;
- estudos de imagem realizados em pessoas antes e depois das infecções pela Covid-19 mostraram redução do volume cerebral e alteração da estrutura cerebral após a infecção;
- um estudo com pessoas com a Covid-19 leve e moderada mostrou inflamação prolongada significativa do cérebro e alterações proporcionais a sete anos de envelhecimento cerebral;
- a Covid-19 grave que requer hospitalização ou cuidados intensivos pode resultar em défices cognitivos e outros danos cerebrais equivalentes a 20 anos de envelhecimento;
- experiências de laboratório em organóides cerebrais humanos e de ratos projectados para emular mudanças no cérebro humano mostraram que a infecção pela SARS-CoV-2 desencadeia a fusão de células cerebrais, o que efectivamente provoca um "curto-circuito" na actividade eléctrica cerebral e compromete a função;
- estudos de autópsia de pessoas que tiveram a Covid-19 grave, mas morreram meses depois por outras causas, mostraram que o vírus ainda estava presente no tecido cerebral, o que indica que o SARS-CoV-2 não é apenas um vírus respiratório, mas também pode entrar no cérebro de alguns indivíduos;
- mesmo quando o vírus é ligeiro e está confinado exclusivamente aos pulmões, estudos mostram que pode provocar inflamação no cérebro e prejudicar a capacidade de regeneração das células cerebrais;
- a Covid-19 também pode perturbar a barreira hematoencefálica, o escudo que protege o sistema nervoso, tornando-a "permeável";
- uma grande análise preliminar que reuniu dados de 11 estudos abrangendo quase 1 milhão de pessoas com a Covid-19 e mais de 6 milhões de indivíduos não infectados mostrou o aumento do risco de desenvolvimento de demência de início recente em pessoas com mais de 60 anos.

Mais recentemente, um novo estudo publicado no New England Journal of Medicine avaliou capacidades cognitivas como memória, planeamento e raciocínio espacial em quase 113 mil pessoas que já tinham sido infectadas. Os investigadores descobriram que aqueles que foram infectados apresentavam déficits significativos de memória e de desempenho de tarefas executivas.

Este declínio foi evidente entre os infectados na fase inicial da pandemia e entre os infectados quando as variantes Delta e Ómicron eram dominantes. Estas descobertas mostram que o risco de declínio cognitivo não diminuiu à medida que o vírus pandémico evoluiu da estirpe ancestral.

No mesmo estudo, aqueles que tiveram a Covid-19 ligeiro e resolvido apresentaram declínio cognitivo equivalente a uma perda de QI de três pontos. Em comparação, aqueles com sintomas persistentes não resolvidos, como pessoas com falta de ar persistente ou fadiga, tiveram uma perda de 6 pontos no QI. Aqueles que foram internados na unidade de terapia intensiva tiveram uma perda de 9 pontos no QI. A reinfecção com o vírus contribuiu para uma perda adicional de 2 pontos no QI, em comparação com a ausência de reinfecção.

Normalmente, o QI médio é de cerca de 100. Um QI acima de 130 indica um indivíduo altamente dotado, enquanto um QI abaixo de 70 geralmente indica um nível de deficiência intelectual que pode exigir apoio social significativo.

Para colocar em perspectiva as conclusões do estudo do  New England Journal of Medicine, o especialista, num artigo no portal The Conversation, estimou que uma redução de 3 pontos no QI aumentaria o número de adultos norte-americanos com um QI inferior a 70 de 4,7 milhões para 7,5 milhões
- um aumento de 2,8. milhões de adultos com um nível de comprometimento cognitivo que requer apoio social significativo. Dados da União Europeia mostraram que, em 2022, 15% das pessoas relataram problemas de memória e concentração.

Olhando para o futuro, será fundamental identificar quem está em maior risco. É também necessária uma melhor compreensão de como estas tendências podem afectar o sucesso educativo das crianças e dos jovens adultos e a produtividade económica dos adultos em idade activa. E também não está claro até que ponto estas mudanças irão influenciar a epidemiologia da demência e da doença de Alzheimer.

O crescente conjunto de pesquisas confirmou agora que o SARS-CoV-2 deve ser considerado um vírus com um impacto significativo no cérebro. As implicações são de longo alcance, mas levantar a névoa sobre as verdadeiras causas por trás destas deficiências cognitivas, incluindo a confusão mental, exigirá anos, senão décadas, de esforços concertados por parte de investigadores em todo o mundo.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Alerta da OMS para novas variantes da Covid-19, incluindo a EG.5


A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta quarta-feira para a redução no número de casos de Covid-19, hospitalizações e mortes reportadas a este organismo pelas autoridades de saúde dos vários países, e avisou que está a acompanhar novas variantes do vírus que causa a doença, sustentando que "o risco permanece".

"Há três meses, declarei o fim da emergência de saúde global da Covid-19, mas avisei que permanecia uma ameaça global. Desde então, o número de casos reportados, hospitalizações e mortes, globalmente, tem continuado a decrescer. No entanto, também o número de países que reportam dados à OMS tem vindo a diminuir", começou por dizer Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS.

O responsável afirmou que, no último mês, só 25% dos países reportaram as mortes verificadas por Covid-19 à OMS e só 11 reportaram hospitalizações.

"Não há dúvida de que o risco de doença severa e de morte é vastamente mais baixo do que há um ano, graças à imunidade da população, devido a vacinação, infecção ou ambas, e também ao diagnóstico precoce e melhores cuidados de saúde. Apesar destes avanços, a OMS continua a considerar o risco da Covid-19 para a saúde pública global como alto", apontou Ghebreyesus.

O director-geral da OMS alerta que "o vírus continua a circular em todos os países, continua a matar e continua a mudar", pelo que o organismo mantém a vigilância ao aparecimento de novas variantes, algumas que podem levantar preocupação.

"A OMS está a acompanhar actualmente várias variantes da Covid-19, incluindo a EG.5, sobre a qual vamos publicar uma avaliação de risco ainda hoje. O risco de uma variante mais perigosa emergir e causar um aumento súbito de casos e mortes, permanece", avisou o responsável.

Tedros Adhanom Ghebreyesus deixou ainda sete recomendações para os países, relativas à Covid-19, sobre como deve ser gerido o combate à doença a longo-termo.

1 - Todos os países devem actualizar os seus programas nacionais da Covid-19 usando o Plano Estratégico de Resposta e Preparação da OMS, para uma gestão sustentada a mais longo termo da Covid-19.

2 - Instamos todos os países a manter a vigilância colaborativa da COVID-19, para detectar mudanças significativas no vírus, bem como tendências na gravidade da doença e na imunidade da população.

3 - Todos os países devem relatar os dados da COVID-19 à OMS ou em fontes abertas, especialmente sobre morte e doenças graves, sequências genéticas e dados sobre a eficácia da vacina.

4 - Todos os países devem continuar a oferecer a vacinação contra a COVID-19, especialmente para os grupos de maior risco, com maior probabilidade de hospitalização ou morte.

5 - Todos os países devem continuar a iniciar, apoiar e colaborar em pesquisas para gerar evidências para a prevenção e controlo da COVID-19.

6 - Todos os países devem oferecer atendimento clínico ideal para a COVID-19, incluindo acesso a tratamentos e medidas comprovados para proteger os profissionais de saúde e cuidadores.

7 - Todos os países devem continuar a trabalhar para garantir o acesso equitativo a vacinas, testes e tratamentos seguros, eficazes e de qualidade garantida para a COVID-19.”

"Implementar estas recomendações não só irá ajudar a proteger contra a Covid-19, mas também apoiará os países na prevenção e resposta a outras doenças. Não podemos rever o "futuro, mas podemos prepararmo-nos para ele”, sublinhou o responsável da OMS.

Na nova avaliação de risco quanto a variantes da Covid-19, a nova estirpe designada EG.5, passou agora a ser considerada pela OMS como "uma variante de interesse".

Segundo afirma o organismo, tem sido verificado "um aumento constante na prevalência desta variante". Até 7 de Agosto, já tinham sido partilhadas com a OMS, por parte de 51 países diferentes onde a EG.5 foi detectada, 7000 amostras desta variante do vírus .

terça-feira, 25 de abril de 2023

Arcturus, nova estirpe de Covid-19, transmite-se mais facilmente e já é dominante em Portugal

Portugal está incluído nos 34 países onde já foram detectados casos da nova subvariante da Omícron, denominada Arcturus (nome técnico XBB.1.16). Com origem na Índia, está a tornar-se rapidamente dominante já que se transmite mais facilmente. Cinco pessoas já morreram no Reino Unido. Um dos novos sintomas, quando afecta crianças, é comichão nos olhos ou mesmo conjuntivite. Além dos olhos, os sintomas do Arcturus incluem febre alta e tosse.

Foi o pediatra Vipin Vashishtha, antigo chefe do Comité de Imunização da Academia Indiana de Pediatria, que chamou à atenção para o surgimento de “um fenótipo infantil” da variante logo no início do mês de Abril.

“Nos últimos dois dias, comecei a receber casos pediátricos de Covid, de novo, depois de um intervalo de 6 meses. Um fenótipo infantil parece estar a surgir - bebés com febre alta, resfriado, tosse e conjuntivite não purulenta e coceira, com olhos pegajosos, não observados em ondas anteriores”, escreveu na rede social Twitter.
 

Em Portugal, no relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a variante XBB já era o vírus dominante.

"Desde a primeira semana de 2023 que se tem registado um marcado aumento de circulação da sub-linhagem recombinante XBB (e suas descendentes), a qual se tornou dominante em Portugal na semana 10″, lê-se no documento. "Nas semanas 13 e 14 a sua frequência era de 82,6%", pode-se ler no relatório de 18 de Abril.

Desde 22 de Março que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera esta uma “variante sob monitorização”.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Aumentam os casos simultâneos de covid-19 e gripe na Europa

Os peritos alertam para o aumento dos casos de covid-19 e gripe em simultâneo no mesmo paciente e pedem precauções, como vacinas e máscaras.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Covid-19 - OMS aconselha máscara nos transportes e atenção às hospitalizações


Richard Pebody da OMS diz que "estamos preocupados com um possível aumento dos números da Covid-19 e da doença correspondente" por causa do aumento de número de casos.

A Europa registou 1,4 milhões de infeções e 3.250 mortes na última semana, um novo aumento da Covid-19 que obriga os países a preparem-se para um crescimento de casos e hospitalizações, alertou esta terça-feira a Organização Mundial da Saúde.

"Não podemos dar-nos ao luxo de ser complacentes neste momento", adiantou à agência Lusa Richard Pebody, chefe da Equipa de Alta Ameaça Patogénica da OMS/Europa com sede em Copenhaga, ao salientar que o continente tem registado um aumento de contágios pelo coronavírus SARS-CoV-2 desde o início de Outubro.

Com a chegada do Outono e a aproximação do Inverno, "estamos preocupados com um possível aumento dos números da Covid-19 e da doença correspondente", reconheceu o epidemiologista.

Segundo disse, apenas na última semana foram notificados na Europa mais de 1,4 milhões de casos positivos e 3.250 óbitos, que elevaram para cerca de 260 milhões o total de infecções e mais 2,1 milhões de mortes desde o início da pandemia.

"Encorajamos os países a prepararem-se para possíveis novos aumentos de casos e internamentos por Covid-19", sublinhou Richard Pebody, tendo em conta que algumas subvariantes da Ómicron são mais transmissíveis do que as suas antecessoras e que muitas pessoas continuam por vacinar ou têm a vacinação incompleta.

Também é possível que haja outras variantes mais transmissíveis, por isso "não podemos dizer com certeza o que pode acontecer a seguir", referiu o especialista da OMS/Europa à Lusa, ao recordar que a forma mais eficaz de salvar vidas, proteger os sistemas de saúde e manter as sociedades e as economias abertas é "vacinar primeiro os grupos certos".

De acordo com o responsável da Equipa de Alta Ameaça Patogénica, apesar de muitos países terem reduzido os testes e a sequenciação do SARS-CoV-2, é necessário "continuar à procura do vírus", sob pena de ficarem "cada vez mais cegos" em relação aos seus padrões de transmissão e à sua evolução.

"Este vírus não vai desaparecer só porque os países pararam de procurá-lo. Continua a espalhar-se, continua a mudar e continua a causar hospitalizações e a tirar vidas", alertou Richard Pebody, para quem a testagem e a sequência genética "continuam a ser medidas críticas para a monitorização" do SARS-CoV-2.

Perante isso, o epidemiologista adiantou que a OMS encoraja os países a "reiniciar ou manter a vigilância, a testagem, a sequenciação e rastreio de contactos", para que seja possível proteger os grupos vulneráveis.

A população em geral deve ter acesso a diagnósticos, vacinas e tratamentos, especialmente aqueles que estão em maior em risco. "Aqueles que ainda precisam de ser vacinados têm de tomar a vacina, para se manterem a si e aos outros seguros", destacou.

Além da Covid-19, a chegada do Outono e do Inverno pode levar ao "ressurgimento da gripe"”, depois de dois anos de fraca incidência dessa doença, resultando numa pressão adicional sobre os sistemas de saúde, disse.

Para responder a este aumento de pressão sobre os serviços de saúde, a OMS avançou com cinco "estabilizadores pandémicos", medidas que considera críticas para proteger a população europeia nos próximos meses.

Entre estas medidas estão o aumento da vacinação da população em geral e a administração de uma segunda dose de reforço a pessoas imunocomprometidas a partir dos cinco anos e aos seus contactos próximos.

Além disso, a OMS recomenda o uso de máscaras no interior e nos transportes públicos, a ventilação de espaços públicos e lotados, como escolas, escritórios e transportes públicos, e a aplicação de protocolos terapêuticos rigorosos para pessoas em risco de doença grave.

As decisões sobre as medidas de protecção a implementar "sempre foram dos Estados-membros com base na transmissão do vírus no seu país. O conselho da OMS continua a ser que uma máscara adequada deve ser usada em ambientes fechados, confinados, lotados e mal ventilados, sempre que possível", adiantou Richard Pebody.

"Temos de reconhecer a fadiga pandémica. Todos nós só queremos que esta pandemia acabe, mas as medidas simples continuam a ser essenciais, especialmente em determinadas circunstâncias", sublinhou o especialista da OMS/Europa.

(Fonte da notícia: Agência Lusa, 25 de Outubro de 2022)

sábado, 22 de outubro de 2022

EMA recomenda vacinas contra covid-19 a partir dos seis meses de idade


Os especialistas da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) recomendam o alargamento do uso das vacinas Cominarty (da farmacêutica Pfizer) e Spikevax (Moderna) para crianças a partir dos seis meses de idade. No caso das doses dadas a crianças entre os seis meses e os cinco anos, as doses recomendadas são menores, cerca de um quarto das doses para adultos.

A "luz verde"” dada por este comité de especialistas em medicamentos para humanos deverá conduzir à rápida aprovação, pela EMA, da administração de vacinas contra a covid-19 em crianças com estas idades.

As vacinas recomendadas são direccionadas para a variante original da covid-19.

No caso da Cominarty, a vacina será recomendada para crianças entre os seis meses e os quatro anos, enquanto a da Spikevax se prolongará até aos cinco anos. A diferença deve-se aos estudos realizados com crianças: o estudo da vacina da Moderna incluiu crianças até aos cinco anos, permitindo ter dados para aprovar a sua utilização até essa idade.

Em ambos os estudos realizados, os efeitos secundários observados nas crianças foram similares: irritabilidade, sonolência, perda de apetite, erupções cutâneas e alguma sensibilidade no local da injecção. "Para ambas as vacinas, esses efeitos foram geralmente leves ou moderados e melhoraram alguns dias após a vacinação", nota o comunicado da EMA.

Já tinham sido noticiadas as novas vacinas que teriam como alvo as subvariantes BA.4 e BA.5, as linhagens dominantes na circulação actual do vírus da covid-19. A vacina Spikevax adaptada a estas variantes é recomendada também para pessoas com mais de 12 anos e que tenham completado a vacinação primária. ​Portugal já recebeu as primeiras doses destas novas vacinas.

"Espera-se que estas vacinas aumentem a protecção contra diferentes variantes e ajudem a manter os níveis ideais de protecção contra a covid-19 à medida que o vírus evolui", lê-se no comunicado da EMA sobre as vacinas para as subvariantes BA.4 e BA.5

A decisão baseia-se num estudo analisado pelos especialistas do regulador europeu, de onde concluem que "os dados laboratoriais não clínicos mostram que a vacina adaptada é capaz de desencadear uma resposta imunitária adequada".

No início de Setembro, a EMA já tinha recomendado a autorização de duas vacinas de reforço mais eficazes na resposta à subvariante BA.1 da Ómicron, uma solução recomendada também para pessoas com mais de 12 anos e com a vacinação primária contra a covid-19.

As recomendações agora anunciadas vão ser enviadas à Comissão Europeia, que, posteriormente, emitirá a decisão final, que será aplicada em todos os Estados-membros da União Europeia.

(Fonte da notícia: artigo de Tiago Ramalho, publicado no jornal "Público" de 19 de Outubro de 2022)

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Os dados actuais da incidência da covid-19 "são muito pouco fiáveis"


"Não fazendo uma testagem sistemática é muito mais difícil acompanhar de forma realista o que se passa em termos de contágios", disse à agência Lusa o investigador Miguel Castanho, do Instituto de Medicina Molecular (iMM) da Universidade de Lisboa.

Segundo disse, com a redução dos testes, "só se toma conhecimento das infecções que correspondam a casos de doença que justificaram a procura de assistência médica", o que faz com que deixe de ser uma amostra representativa das infecções no país e passe a "ser algo muito específico de um subgrupo de infectados".

"A monitorização que tinha vindo a ser seguida até aqui deixa de ser comparável com a que podemos fazer agora", afirmou.

No final de Setembro, o Governo decidiu não renovar a situação de alerta, tendo cessado a vigência de diversas leis, decretos-leis e resoluções aprovadas no âmbito da pandemia, alterações que, segundo a Direcção-Geral da Saúde e o Instituto Ricardo Jorge, vão "influenciar a vigilância de base populacional e consequente interpretação dos indicadores" da covid-19.

Na prática, além de o isolamento ter deixado de ser obrigatório, os testes à covid-19 deixaram de ser prescritos através do SNS24 e passaram a ser comparticipados mediante prescrição médica, à semelhança de outras análises e meios complementares de diagnóstico.

Agora os testes à covid-19 só são comparticipados a 100% quando prescritos por uma unidade do Serviço Nacional de Saúde.

De acordo com os últimos dados divulgados na sexta-feira, verificou-se uma nova redução do número de testes efectuados nas últimas semanas, que passaram de 88.527 para 72.133, "devido à alteração legislativa" efectuada.

Segundo Miguel Castanho, a redução da testagem, apesar de não comprometer a monitorização da evolução do coronavírus SARS-CoV-2, faz com que fique "dificultada" porque o número de amostras é mais reduzido.

"A detecção de novas variantes tende a ser mais tardia, falando de forma probabilística", adiantou o investigador, para quem deveria "ter sido mantido o mesmo sistema de monitorização" para se poder "ter a capacidade de analisar toda a evolução da pandemia, desde o início até à certeza do seu final".

Para o professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, neste início do Outono/Inverno, período mais favorável às infecções respiratórias, foi criada uma "descontinuidade que não facilita a análise da evolução da pandemia".

Perante isso, Miguel Castanho considerou importante reforçar a mensagem de que devem ser mantidas atitudes individuais para evitar contágios, como o isolamento em caso de doença, uso de máscara em locais fechados com muita gente e o arejamento de espaços interiores.

"Independentemente das regras, o bom senso deve falar mais alto", alertou o especialista.

Já para Henrique Oliveira, matemático do Instituto Superior Técnico e um dos responsáveis pelo Indicador de Avaliação da Pandemia (IAP), elaborado em conjunto com a Ordem dos Médicos, os dados actuais da incidência da covid-19 "são muito pouco fiáveis".

Isto porque "a covid-19 saiu do radar e apenas quando é grave é que se regista. A única forma fiável é seguir a mortalidade por covid", salientou o especialista em sistemas dinâmicos do Técnico.

Os internamentos e a mortalidade por covid-19 mantêm-se estáveis em Portugal, indicou o relatório sobre a pandemia divulgado na sexta-feira, mas que admite ser necessário mais tempo para avaliar a transmissão do vírus, devido às recentes alterações nas regras da testagem.

O relatório adiantou que o número de novas infeções por 100 mil habitantes, acumulado a sete dias, foi de 66 casos a nível nacional e o índice de transmissibilidade (Rt) do SARS-CoV-2 estava nos 0,65 a nível nacional, tendo baixado significativamente em todas as regiões de Portugal continental.

"No entanto, estas variações podem não indicar um decréscimo do número de casos, dada a alteração legislativa que implicou uma redução da testagem. Será necessário um período de tempo mais longo para avaliar a evolução do Rt", reconheceram a DGS e o INSA.

(Fonte da notícia: Agência Lusa, 20-10-2022)

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Covid-19: Médicos de saúde pública consideram prematuro o fim do estado de alerta

Os médicos de saúde pública consideraram hoje prematura a decisão de pôr fim ao estado de alerta devido à covid-19, que faz cair o uso obrigatório de máscaras, o isolamento dos casos positivos, os testes gratuitos e os apoios.

"Acho que é uma medida prematura, não muito cautelosa, e que vai atirar para cima das pessoas a responsabilidade individual de nos protegermos uns aos outros", disse à agência Lusa o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), Gustavo Tato Borges.

A medida foi anunciada na quinta-feira pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no final da reunião de Conselho de Ministro, em que explicou que a situação da pandemia permite "tomar com toda a segurança a decisão de não renovar a situação de alerta no território continental".

Segundo Gustavo Tato Borges, com esta medida, deixa de ser possível determinar o uso obrigatório de máscaras. "A única coisa que pode acontecer nos serviços de saúde ou até mesmo nos lares é se o serviço de saúde ocupacional determinar que os seus profissionais usam máscara", mas para os utentes acabou essa obrigatoriedade mesmo nos espaços onde estão as pessoas mais vulneráveis.

Também vai terminar o isolamento dos casos positivos, os apoios dirigidos à covid-19, os testes gratuitos que estavam disponíveis até hoje, e o apoio a 100% para as baixas dos doentes com covid-19, salientou.

"A partir de agora, é uma doença como qualquer outra e, numa altura em que estamos a entrar numa nova onda, e que ainda não temos a certeza sobre o impacto que a vacinação vai ter, nós estamos a assumir um risco enorme", alertou.

No seu entender, foi uma decisão tomada "olhando apenas para a realidade actual", não pensando no que vai acontecer a seguir a nível epidemiológico.

"Eu não sei quem é que aconselha [o ministro], mas tenho dúvidas que a DGS [Direcção-Geral da Saúde] tenha dado esse conselho ao senhor ministro da Saúde e, portanto, acho que a medida não foi adequada", reiterou, observando que os casos de covid-19 estão a aumentar em Portugal e que o índice de transmissibilidade (Rt) já está acima de 1.

Gustavo Tato Borges considerou também "contraditória" a mensagem do ministro da Saúde, ao afirmar que "a reversão da situação de alerta não significa, porém, que a pandemia de covid-19 está ultrapassada" e que é preciso "continuar a vigiar a evolução da doença".

"Então se é para fazer as mesmas coisas mantinham o estado de alerta, que não tinha um impacto considerável na vida das pessoas e permitia manter tudo igual como estava", disse, entendendo que esta medida poderia ser tomada quando se verificasse ao longo deste Inverno que não haveria problemas.

A partir de agora, só se vão conhecer os casos graves que chegam aos hospitais e, afirmou, "nós sabemos que há utentes que, apesar de estarem vacinados, vão continuar vulneráveis para esta doença, porque infelizmente têm uma condição clínica que não lhes permite ganhar anticorpos" e não há alternativas de tratamento, além da vacinação.

Por isso, defendeu, "precisávamos que o país mantivesse esta doença debaixo de escrutínio para conseguirmos proteger estas pessoas até termos todas as armas disponíveis para podermos combater a pandemia de uma forma mais sossegada".

O ministro da Saúde ressalvou que o Governo vai continuar a vigiar a situação da pandemia e, caso a situação se agrava, "pode tomar medidas mais intensas".

A situação de alerta, nível mais baixo de resposta a situações de catástrofes da Lei de Bases da Protecção Civil, estava em vigor ininterruptamente desde Fevereiro, depois de Portugal ter passado, desde Março de 2020, por situações de calamidade, catástrofe e estado de emergência.

Hoje, o Presidente da República promulgou o diploma do Governo que procede à revogação de diversos decretos-leis publicados, no âmbito da pandemia da doença Covid-19, segundo a informação publicada no site da presidência.

(Fonte da informação: Agência Lusa, 30/09/2022, 16h27)

sábado, 17 de setembro de 2022

DGS recomenda novamente máscara nos transportes públicos e farmácias

A recomendação surge cerca de três semanas após o Governo ter decretado o fim da obrigatoriedade do uso de máscara nos transportes públicos de passageiros, em táxis e TVDE e aviões.


A Direcção-Geral de Saúde recomenda o uso de máscara nas farmácias, nos transportes públicos e nos aeroportos, terminais marítimos e redes de metro e de comboio, segundo a orientação "Covid-19: Adequação das medidas de saúde pública", agora actualizada.

A autoridade de saúde refere no documento que está publicado no seu site, actualizada na quinta-feira, que a orientação foi actualizada de acordo com "a actual situação epidemiológica e a melhor evidência científica".

Esta recomendação surge cerca de três semanas após o Governo ter decretado o fim da obrigatoriedade do uso de máscara nos transportes públicos de passageiros, em táxis e TVDE e aviões.

Assim, a Direcção-Geral da Saúde recomenda a utilização das máscaras "por qualquer pessoa com idade superior a 10 anos sempre que se encontre em ambientes fechados, em aglomerados, nomeadamente, na utilização de transportes colectivos de passageiros, incluindo o transporte aéreo, bem como no transporte de passageiros em táxi ou TVDE".

O uso da máscara também é recomendado em plataformas e acessos cobertos a transportes públicos, incluindo aeroportos, terminais marítimos e redes de metro e de comboio.

É igualmente recomendado o seu uso nas farmácias comunitárias e "nos casos confirmados de Covid-19, em todas as circunstâncias, sempre que [as pessoas] estejam fora do seu local de isolamento até ao 10.º dia após data do início de sintomas ou do teste positivo".

A Direcção-Geral da Saúde aconselha também as pessoas mais vulneráveis, nomeadamente as com doenças crónicas ou estados de imunossupressão com risco acrescido para Covid-19 grave, a utilizaram máscara sempre que se encontrem numa "situação de risco aumentado de exposição".

Segundo a orientação, mantém-se o uso obrigatório de máscara em estabelecimentos de serviços de saúde, em estruturas residenciais ou de acolhimento ou serviços de apoio domiciliário para populações vulneráveis, pessoas idosas ou pessoas com deficiência, bem como unidades em unidades Rede Nacional de Cuidados.

Esta obrigatoriedade estende-se aos contactos com casos confirmados de Covid-19 durante 14 dias após a data última exposição.

A DGS sublinha que, "num cenário de alinhamento com o actual panorama epidemiológico, importa que a transição das medidas de saúde pública, elaboradas e publicadas no âmbito da pandemia, seja efectuada de forma adequada à minimização do risco da doença para a população, especialmente a mais vulnerável".

(Fonte da noticia: Agência Lusa, jornal online "Observador", 16 Set 2022, 15h57)

sábado, 3 de setembro de 2022

Covid-19: Máscaras sociais e cirúrgicas devem ser abandonadas a favor das FPP2, aconselham especialistas


Os especialistas aconselharam a Direcção-Geral da Saúde (DGS) a informar melhor os cidadãos sobre o nível de protecção das máscaras - o fim da obrigatoriedade do uso em quase todos os contexto significa o grau de eficácia deste equipamento mudou. Sem as máscaras sociais ou cirúrgicas generalizadas, perdeu-se a protecção colectiva que existia, com cada cidadão a evitar a infecção de outros. Agora, segundo os especialistas, para estar seguro é preciso usar o modelo FPP2, a máscara que trava a contaminação de dentro para fora, mas também de fora para dentro, protegendo o portador.

Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANSMP), referiu que o "Ministério da Saúde e a Direcção-Geral da Saúde deviam emitir um parecer técnico claro para explicar à população que agora as máscaras comunitárias não são recomendadas de todo, que as cirúrgicas só devem ser usadas quando queremos proteger os outros e que para protecção individual, do portador, têm de ser usadas máscaras FPP2", lamentando que a informação nem sequer conste no documento com as linhas orientadoras para o próximo Outono e Inverno, que a DGS apresentou esta 6ª feira.

"Todos os agentes de Saúde devem informar os seus utentes sobre a utilização de máscara no actual contexto. Continuamos a ver muitas pessoas que querem proteger-se, mas usam a máscara comunitária ou cirúrgica, que só serve para proteger os outros", apontou Tato Borges. "Nos últimos dois anos foi divulgada muita informação que permitiu a algumas pessoas perceber a diferença entre as máscaras, e que a FPP2 é mais segura e eficaz. Mas muitas pessoas continuam a usar a máscara cirúrgica pensando que se estão a proteger-se a si próprias, quando na realidade só estão a proteger os outros".

Para os especialistas em saúde pública é importante que fique claro, ainda antes dos próximos meses frios, e de maior risco de infecção, que as máscaras sociais ou cirúrgicas são para proteger o próximo e que as FPP2 protegem os outros e o próprio portador.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Covid-19: os reforços irão ser feitos com novas vacinas


Inicia-se no próximo dia 7 a campanha de vacinação sazonal que decorrerá simultaneamente para a Covid-19 e para a gripe", anunciou Graça Freitas.

A directora-geral da Saúde frisou também que "nesta campanha, e desde o início, vão ser usadas as vacinas adaptadas contra a Covid-19, contendo a estirpe original e a variante Ómicron, aprovadas ontem pela EMA (Agência Europeia de Medicamentos), dado que estas vacinas tem o perfil de eficácia e segurança adaptado às actuais variantes de Sars-COV-2 em circulação".  As fórmulas adaptadas, por vírus mensageiro (mNRA) da Pfizer e da Moderna, aprovadas na quinta-feira pela Agência Europeia de Medicamentos, vão chegar ao país a partir da próxima semana.

"O início da campanha realiza-se vacinando as pessoas com 80 ou mais anos de idade e as pessoas com doenças, com co-morbilidades", continuou a responsável.

A informação foi avançada ao início da tarde desta sexta-feira, por ocasião da apresentação do plano de vacinação contra a Covid-19 e a gripe para o próximo Outono e Inverno da Direcção-Geral da Saúde. Para a época que se avizinha, é recomendada a dupla imunização em simultâneo, com a administração nos dois braços. As novas vacinas destinam-se a toda a população com indicação para reforço, a partir dos 18 anos, ou dos 12 anos, quando há patologias de risco associadas.

Ao invés da estratégia anterior, os grupos de maior risco passam agora a ter indicação para o reforço independentemente do número de doses anteriormente administradas ou dos episódios de infecção. A regra é apenas que tenham passado 90 dias após a toma ou a doença.

Na Covid-19, o objectivo é terminar o esquema primário entre as crianças e jovens dos 5 aos 17 anos, neste caso com as vacinas habituais, e fazer os reforços entre os adultos. A prioridade vai para quem tem 60 e mais anos, idosos e profissionais de lares, pessoas a partir dos 12 anos, grávidas com patologias de risco e profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados.

Contra a gripe, o esquema contempla os idosos a partir dos 65 anos, os idosos institucionalizados, a população com seis ou mais meses de vida e doenças associadas, grávidas e profissionais de saúde e de outros cuidados. E aqui há este ano duas novidades: os idosos em lares vão receber uma vacina reforçada nunca antes administrada em Portugal e a gratuitidade fica limitada a partir dos 65 anos, ao invés do que aconteceu no ano passado. A população entre os 60 e os 64 anos vai ter de esperar até Dezembro e que sobrem doses.

A vacinação Covid-19 e contra a gripe vai ser assegurada em centros de vacinação, 397 em todo o país, e nos cuidados primários. Nas farmácias só será possível receber a protecção vacinal contra a gripe, sobretudo para a população sem indicação para as doses gratuitas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

OMS alerta que os próximos meses mais frios farão disparar as infecções por Covid-19 na Europa


A Organização Mundial de Saúde (OMS) avisa que "em poucas semanas, a região europeia chegará aos 250 milhões de casos confirmados de Covid-19 desde que a pandemia começou há dois anos e meio".

Reconhecendo que "fizemos grandes progressos para responder à pandemia", Hans Kluge, Director Regional da OMS/Europa, aponta que, no entanto, "o vírus continua a circular amplamente, continua a pôr pessoas no hospital e continua a causar muitas mortes evitáveis". O responsável adianta que só na semana passada foram registadas perto de 3.000 mortes por Covid-19, "cerca de um terço do total registado a nível global”.

E alerta que, apesar de todas as medidas tomadas, "o vírus continua a evoluir para evadir as nossas contramedidas", prevendo-se "um aumento dos casos" durante o Outono e Inverno.

Kluge sublinha a importância de aplicar "um foco mais forte na vigilância, detecção de casos e cuidados ao nível comunitário", apontando que a detecção atempada é essencial para controlar a transmissão do vírus.

"O fornecimento de vacinas continua a progredir na maioria dos países, incluindo em países de baixos e médios rendimentos", diz Kluge, mas sublinha que "milhões continuam sem estar vacinadas em muitas partes da [região europeia]", pelo que "precisamos de encontrar melhores formas" de chegar a essas pessoas.

O responsável argumenta que os países devem continuar a priorizar as doses de reforço a pessoas mais vulneráveis, "incluindo idosos, indivíduos imunodeprimidos e aqueles que tenham co-morbilidades". E também apela a que a vacina contra a gripe seja, sempre que possível, administrada em conjunto com a vacina contra a Covid-19.

Além disso, é também essencial que as pessoas "continuem a perceber a situação em que se encontram, e que dêem passos para se protegerem a si próprias", como a utilização de máscaras em espaços interiores repletos de pessoas ou em transportes públicos.

Esta recomendação contraria a medida aprovada na semana passada pelo Governo português, que decretou o fim da obrigatoriedade do uso de máscara em transportes colectivos de passageiros e em farmácias de venda ao público.

Dados oficiais da OMS revelam que existem actualmente 596.873.121 de casos confirmados de Covid-19 em todo o mundo, sendo que na última semana foram comunicados 727.901 casos.

Na região europeia da OMS, contavam-se há dois dias um total de 247.138.114 casos confirmados, com 1.181.711 comunicados apenas nos últimos sete dias, sendo que a taxa de vacinação se situa nos 30,05%.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Covid-19: Rt em Portugal sobe para valor mais elevado desde Maio


O índice de transmissibilidade (Rt) da Covid-19 subiu para os 1,02 a nível nacional, depois de ter estado abaixo do limiar de 1 desde o final de Maio.

Segundo o relatório semanal sobre a evolução do número de casos, o Rt aumentou de 0,95 estimado a 19 de Agosto para 1,02 na sexta-feira.

E há quatro regiões do país que estão com este indicador acima desse limiar: Açores (1,26), Madeira (1,07) Norte (1,08) e Centro (1,06).

A média diária de casos de infecção a cinco dias também subiu ligeiramente a nível nacional, passando dos 2.716 para os 2.769, mas continua a registar um dos valores mais baixos do ano para este indicador.

A média mais alta de casos em 2022 foi registada no final de Janeiro, com 49.795 infecções diárias pelo SARS-CoV-2.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) estima que, desde 2 de Março de 2020 e até 26 de Agosto, Portugal tenha registado um total de 5.416.981 casos de Covid-19.

O INSA adianta que a linhagem BA.5 da variante Ómicron (incluindo as suas múltiplas sub-linhagens) é dominante em Portugal" desde Maio, “apresentando uma frequência relativa de 94%".

sábado, 27 de agosto de 2022

Novos casos de Covid-19 aumentam ao fim de três meses em queda


A Direcção-Geral da Saúde (DGS) identificou 19.314 novos casos de Covid-19 em termos acumulados entre 16 e 22 de Agosto, mais 4.175 face aos registados nos sete dias anteriores. É a primeira vez no espaço de três meses que o número de novos casos sobe. O boletim desta sexta-feira indica ainda que, neste período, morreram 36 pessoas com a doença, menos dez óbitos em relação à semana de 9 a 15 de Agosto.

Na passada segunda-feira contavam-se 499 pessoas internadas com Covid, um recuo de 60 doentes face à semana anterior. Relativamente ao número de internamentos, este manteve-se em 39 pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos.

A incidência está em 188 casos por 100 mil habitantes (média a sete dias), o que representa uma subida de 28% comparativamente à semana anterior.

Por sua vez, o valor do R(t) - risco de transmissibilidade - acompanhou a tendência de subida das duas semanas anteriores e está agora em 0,95 numa média a cinco dias.

(Fonte da notícia: jornal online "Eco" de 26/08/2022)

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Fim do uso obrigatório de máscaras nos transportes públicos? Cuidado...


O Governo anunciou o fim do uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, farmácias, táxis e TVDE. A ministra da Saúde, Marta Temido, disse que se tem assistido à "manutenção da evolução favorável" da pandemia, "com uma tendência controlada da utilização dos cuidados de saúde e também com a informação científica disponível".

A máscara passou a ser obrigatória a 13 de Março de 2020, quando ainda não se tinha registado qualquer morte devido a Covid-19 em Portugal, o que viria a acontecer no dia 16. Agora, 892 dias depois, o uso de máscara deixa de ser uma obrigação, depois de mais de metade da população portuguesa (5,4 milhões de pessoas) ter sido infectada, e de quase 25 mil pessoas em todo o mundo terem morrido devido ao vírus, relatou o jornal "Diário de Notícias" esta sexta-feira.

Citando dados do Our World in Data, o jornal português avança que, em matéria de números de infectados e de mortes, Portugal compara-se mal com a média da União Europeia (UE).

O país regista uma taxa de 788,14 novos infectados diários por milhão de habitantes, face à média de 194,73 da UE. Portugal tem também uma taxa de 2,14 novas mortes por dia por cada milhão de habitantes, contra a média de 0,98 da UE.

Olhando para o período que decorre desde o início da pandemia, Portugal registou um total de 524.762,19 infectados por milhão de habitantes, ao passo que a média comunitária é de 364.860,5.

Só quanto ao nível do total de mortes por milhão de habitantes, Portugal parece alinhar-se com a média da UE. Neste campo, a UE regista uma média de 2.533,99 mortes por milhão de habitantes, ao passo que por cá se registam 2.409,79 mortes por milhão de habitantes desde o início da pandemia.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Covid-19: Portugal continua a ser o país da União Europeia - e o segundo no mundo - com mais novos casos


Portugal continua o país da União Europeia (UE) com mais novos casos de infecção por SARS-CoV-2 por milhão de habitantes nos últimos sete dias e é segundo no mundo neste indicador.

Segundo o site estatístico Our World in Data, Portugal é também o país da UE com mais novas mortes diárias por milhão de habitantes nos últimos sete dias e é terceiro no mundo nesse indicador.

A média diária de novos casos em Portugal desceu de 2.380 por milhão de habitantes há duas semanas para 1.560 à data de hoje. Dos parceiros da União Europeia, segue-se a França, com 703, a Alemanha, com 685, Luxemburgo (673) e Grécia (614).

A nível mundial, considerando os países e territórios com mais de um milhão de habitantes, Taiwan tem a maior média de novos casos diários (2.410), seguida de Portugal, Austrália (1.060), Nova Zelândia (977) e Bahrain (814).

No que toca às novas mortes diárias atribuídas à Covid-19, Portugal mantém a maior da União Europeia, com 3,63, praticamente igual à média de 3,68 de há duas semanas, seguida da Finlândia, com 1,47, da Estónia com 1,29, da Espanha com 1,14 e de Malta com 1,11.

Em termos mundiais, olhando para territórios e países com mais de um milhão de habitantes, Omã tem a maior média diária de novas mortes atribuídas à Covid-19 (10), seguida de Taiwan (6,29), Portugal, Uruguai (2,43) e Nova Zelândia (1,95).

A média de novos casos diários por milhão de habitantes na União Europeia está em 415 e a de novas mortes diárias em 0,63.

A média mundial de novos casos está em 67 e a de novas mortes atribuídas à Covid-19 está em 0,17.

(Fonte da notícia: Agência Lusa)