quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Na Austrália, pais que não vacinem os filhos vão deixar de receber subsídios

«Em alguns países europeus e nos Estados Unidos, doenças que tinham desaparecido - como o sarampo - reapareceram. Epidemias localizadas de sarampo e tosse convulsa também foram registadas na Austrália, que vai adoptar novas medidas para atacar o problema.


O Parlamento australiano começou esta quarta-feira a examinar um projeto de lei que propõe o fim do pagamento de alguns subsídios aos pais que não vacinem os filhos. A proposta do governo conservador deverá ser aprovada sem problemas, uma vez que a oposição trabalhista apoia o texto.

A taxa de vacinação ultrapassa os 90% nas crianças australianas com idades entre um e cinco anos, de acordo com as estatísticas oficiais. Mas 39 mil crianças com menos de sete anos não são vacinadas devido às objeções dos pais, que consideram as vacinas perigosas para os filhos.

Em alguns países europeus e nos Estados Unidos, doenças que tinham desaparecido - como o sarampo - reapareceram. Epidemias localizadas de sarampo e tosse convulsa também foram registadas na Austrália.

"A escolha de não vacinar os filhos não tem qualquer fundamento médico e não deve ser apoiada pelos contribuintes", declarou em abril o antigo primeiro-ministro australiano Tony Abbott. Os pais em causa receiam que a vacinação contra o sarampo, papeira e rubéola cause autismo, o que foi desmentido por numerosos estudos.

A controvérsa data de 1998, quando foi publicado um estudo na revista médica britânica The Lancet que semeou a dúvida no mundo anglo-saxónico, ao estabelecer uma relação entre aquelas vacinas e o autismo. Este artigo foi retirado devido "a irregularidades", mas as preocupações não diminuíram.

As autoridades de Camberra esperam, com esta medida, economizar um pouco mais de 500 milhões de dólares australianos (315 milhões de euros) nos próximos quatro anos.»

(Notícia publicada ontem, 16 de Setembro de 2015, no jornal "Expresso" online)

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