quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Como a Volkswagen manipulou os testes de emissões de gazes poluentes dos seus carros

Todos sabemos que quando os nossos carros vão à inspecção periódica e são submetidos ao teste de avaliação de emissões de gazes, os veículos são colocados em rolos e têm de ser acelerados até uma determinada intensidade e durante um determinado tempo.

Os testes da Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) têm práticas idênticas e perfis conhecidos. Em muitos casos, os veículos de ensaio são colocados em rolos e expostos a uma certa velocidade por um certo tempo, em seguida, a uma outra velocidade (conhecida) por outro período (também conhecido). O computador central do carro pode detectar se as entradas correspondem aos factores esperados nas condições de ensaio. Estes testes da EPA, pelos vistos, foram muito bem estudados pela Volkswagen...

O "dispositivo manipulador" da Volkswagen não é um dispositivo físico, mas sim uma aplicação de software que é conectada ao motor para se perceber se este está a trabalhar em condições de teste e, nessa situação, são activados todos os dispositivos anti-poluição. Os motores "diesel limpos" conseguem assim reduzir as emissões através de técnicas de ajustamento das proporções de ar/combustível e dos fluxos de escape e, em alguns (embora não na maioria dos VWs), injectar uma solução à base de ureia que torna os óxidos de azoto inofensivos.

(Fazer duplo clique sobre a imagem para ampliar)
Quando, porém, a aplicação de software conectada ao motor detecta que o carro está a ser conduzido de forma convencional, em que é exigido um maior desempenho motriz, os dispositivos anti-poluição são desligados ou ajustados para uma performance muito mais poluente, impedindo o desempenho prometido pelo construtor para os seus carros.

(Adaptado do artigo de Vítor M. intitulado "O escândalo das emissões da Volkswagen explicado") 

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