.../...«A crise
portuguesa não acabou. Mais do que as boas notícias da economia
nacional – como a descida do desemprego ou a subida do PIB e das
exportações –, a procura dos investidores por dívida nacional é
explicada por razões externas. O presidente do BCE, Mário Draghi,
garantiu que tudo fará para segurar a moeda única, reduzindo
substancialmente o risco associado à zona euro. Além disso, deverá
manter uma política monetária expansionista para combater as
possibilidades de deflação. Ou seja, espera-se que despeje alguma
liquidez no mercado.
Desta forma, os países europeus, mesmo os periféricos, passaram a ser
alvos preferenciais dos investidores. Ainda assim, tudo é ainda muito
frágil. O crescimento económico é anémico, a taxa de desemprego
continua nos dois dígitos e muitos Estados europeus estão afogados em
dívida. Por isso, a moda pode ser passageira. Os ventos favoráveis dos
investidores podem mudar-se para outras paragens com a mesma velocidade
com que chegaram. Basta um acontecimento inesperado que assuste os
investidores. Para se proteger desta eventual contingência, Portugal
tem que continuar o processo de mudança no seu modelo económico.
Aumentar a competitividade para produzir para o estrangeiro para ter um
saldo positivo na balança externa e continuar a diminuição do
endividamento das famílias, mas sobretudo do Estado e das empresas. A
austeridade não acabou. O défice tem que descer.».../...
(Excerto do artigo de opinião de Bruno Proença, publicado online hoje no jornal "Diário Económico")
.../...«do ponto de vista substancial,nada de relevante mudou na zona euro.
A retoma económica continua anémica, os sinais positivos nas economias - incluindo a portuguesa - estão muito longe ainda de configurarem uma retoma
sustentável, o desemprego na zona euro não diminui e continua superior a 12% da população activa, as dívidas públicas continuam excessivas.
sustentável, o desemprego na zona euro não diminui e continua superior a 12% da população activa, as dívidas públicas continuam excessivas.
Ou seja, todo este optimismo repentino e geral não tem base nos fundamentos das economias. É artificial. Como artificial que é, não vai durar. É de temer que, como sempre sucede quando uma situação falsa é corrigida, os custos a suportar pelos mais débeis (estamos incluídos no grupo) venham a ser de novo muito pesados.»
(Excerto do artigo de opinião do economista João Ferreira do Amaral, publicado hoje no jornal online "página1")
Sem comentários:
Enviar um comentário