Durante a conferência promovida ontem pela "Antena 1" e o "Diário Económico", Bagão Félix, ex-ministro das Finanças, chamou a atenção para o facto de que "normalmente quando se fala do custo do desemprego para as contas
públicas fala-se apenas das prestações sociais inerentes", como o
subsídio de desemprego. Mas há que somar "três variáveis”: a "perda de TSU nos desempregados
subsidiados, a perda de TSU sobre desempregados não subsidiados", que
são "mais de metade dos desempregados", e o "IRS, nos dois casos".
O Orçamento de Estado para 2014 contempla uma despesa de 2.700 milhões de euros para
prestações de desemprego, notou Bagão Félix. Somando estas variáveis, "para um salário médio à volta de 650 euros, vamos ter uma perda de
receitas de quatro mil milhões de euros". Somando as prestações sociais, "andamos perto dos sete mil milhões".
"Se tivéssemos uma taxa de desemprego de 7%, isso significa que o
aumento (face a um nível de 17%) é de 3,9 mil milhões de euros. Como é
que podemos fazer consolidação a aumentar o desemprego?", interrogou-se o
economista. "A variável do desemprego, não só pelas suas perspectivas
sociais, mas pelas consequências a nível do PIB, não pode ser
desconsiderada", afirmou.
"Esse é o problema dos Pactos de Estabilidade. A palavra desemprego
nunca aparece, é só inflação, é dívida, défice", mas é o desemprego "o
principal gerador de dívida e défice, que leva a que o esforço acrescido
seja muito maior e os resultados sejam muito menores", concluiu Bagão Félix.
Ou seja, para resumir, se Portugal tivesse um desemprego de 7% pouparia 3,9 mil milhões de euros.
Ou seja, para resumir, se Portugal tivesse um desemprego de 7% pouparia 3,9 mil milhões de euros.
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