quarta-feira, 29 de maio de 2019

O PAN acabou de chegar à primeira liga dos partidos políticos...

A crónica de opinião de Vítor Rainho publicada ontem no "Jornali" com o título "O triunfo dos animais e das plantas". Com a habitual e devida vénia, aqui fica,

«As eleições europeias deram azo a todo o tipo de leituras, fazendo lembrar a história da garrafa meio cheia ou meio vazia. Independentemente dessas contas caseiras entre o PS e a ex-coligação do PSD e do CDS, tornou-se evidente que o discurso do ambiente e dos animais é que está a dar. Ou pelo menos que os seguidores dessa nova realidade não deixaram de ir votar, apesar de estar um dia fantástico para ir à praia. E não deixa de ser irónico que um dos partidos que mais desceram em termos de votos, o PCP, ou CDU, como se preferir, alberga debaixo da sua asa, há muito tempo, o Partido dos Verdes, que com o seu sectarismo nunca conseguiu ter vida própria. Por isso, o PAN surgiu de rompante e chegou rapidamente à primeira liga partidária. Diga-se em abono da verdade que o seu líder, André Silva, durante a permanência no Parlamento conseguiu agitar mais as águas numa legislatura do que os Verdes em toda a sua existência.

Um partido que tem à entrada da sua sede “permitida a entrada a todos” com uma placa que ilustra a figura de humanos - homens, mulheres, idosos e crianças -, animais e até plantas, como escrevia ontem neste jornal a repórter destacada para a cobertura da noite eleitoral do PAN, merece alguma compaixão. É quase caricato falar-se de plantas, a não ser que o partido acredite que os animais e as plantas poderão votar daqui a uns tempos. Indiscutível é que as novas gerações, e algumas mais velhas, adotaram as duas causas com mais força do que a vida humana. Nem que para isso gritem muito contra a poluição e sejam elas próprias as maiores poluidoras do mundo nas suas inúmeras viagens de avião.

Não vai deixar de ser curioso ver todos os outros partidos a tentarem aproximar-se dessas causas, como se de uma porção mágica se tratasse. Afinal, quem não tem um gato ou um cão e quem não tem na família alguém que deixou de comer carne? Digamos que o PAN, apesar dos seus 5% , vai ser o grande modelo a copiar nas próximas legislativas.»

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