sábado, 4 de novembro de 2017

#videojustiça, ou a outra face do "Facebook"

Com a devida vénia, o artigo de opinião, com o título "#videojustiça", da autoria do jornalista Vítor Santos, publicado hoje no "Jornal de Notícias",

«Estávamos todos à espera disto: depois de anos a fio em que a única utilidade foi a de nos alertar para aniversários de amigos, animais abandonados e erros de árbitros de futebol, o Facebook esteve na génese de qualquer coisa verdadeiramente importante, que conduziu ao fecho de uma discoteca que costuma virar ringue de "full contact" aos primeiros raios de sol. Um vídeo publicado e partilhado vezes sem conta na rede social de Mark Zuckerberg provocou alarme, causou revolta e rapidamente as autoridades portugueses entraram em campo, do dia para a noite, literalmente, selando, na madrugada de ontem, as portas de uma discoteca de Lisboa, antes que o incêndio causasse mais danos. O que nunca saberemos é o que teria acontecido se aquelas imagens não tivessem ido parar ao Facebook, pois o que não falta são processos de clientes agredidos por seguranças a apodrecer nas catacumbas dos tribunais. O próprio espaço agora encerrado estava já na génese de dezenas de queixas, algumas pelos mesmos motivos, sem efeitos práticos conhecidos. Mas talvez agora as participações tenham de ser acompanhadas de um ficheiro em formato vídeo. Por via das dúvidas, deixo um conselho: se estiver na iminência de ser agredido, peça (com jeitinho) ao agressor para o deixar filmar. Em Portugal, parece ser essa a melhor forma de garantir que as autoridades vão atuar rapidamente.»

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