Um estudo recente (Chiu K, Grundy Q, Bero L. "Spin" in published biomedical literature: A methodological systematic review. PLoS Biol 15(9): e2002173. Published online 2017 September 11. DOI.10.1371/journal.pbio.2002173) sugere que mais de um quarto dos artigos científicos em biomedicina usa práticas que distorcem a interpretação de resultados ou induzem os leitores a ver os resultados de forma mais favorável.
Os pesquisadores realizaram uma análise sistemática de 35 estudos académicos publicados que haviam analisado o chamado "spin" em artigos científicos de biomedicina. Eles constataram que o "spin" é prevalente em uma ampla variedade de desenhos de estudos, incluindo estudos clínicos, estudos observacionais, estudos de precisão diagnóstica e revisões sistemáticas. A mais elevada e também maior variabilidade na prevalência de "spin" estava presente em estudos clínicos (mediana, 57% dos textos principais continham "spin", variando de 19% a 100% em 16 artigos).
Foi identificada uma ampla variedade de estratégias para resultados de "spin", incluindo fazer recomendações inapropriadas para a prática clínica sem o suporte dos resultados do estudo, fazer alegações inadequadas sobre achados estatisticamente não significativos e atribuir causalidade quando isso não era possível.
A coautora do estudo, professora Lisa Bero, afirmou haver uma necessidade urgente de mais pesquisas para «determinar os fatores institucionais ou culturais que poderiam contribuir para uma prevalência tão elevada de "spin" na literatura científica e para melhor entender o potencial impacto do "spin" na pesquisa, prática clínica e políticas».
(Adaptado de "Spin" é comum em pesquisas clínicas, Univadis Medical News)
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