sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Ser contra a eutanásia

Do artigo de opinião da jornalista Graça Franco, intitulado "Eutanásia: as lições dos factos", publicado no passado dia 1, que aqui poderá ser lido na totalidade:

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«Ser contra a eutanásia não é defender o prolongamento inútil de uma vida que se esvai. Não é ser masoquista nem impor aos outros uma noção de sacrifício redentor, que numa sociedade laica não tem sentido. Não significa ser a favor de continuar tratamentos inúteis até ao limite do insuportável, nem desejar ficar ligado a uma máquina, que se transforma no único suporte de uma vida sem esperança de regresso e que já partiu. Tudo isso pode ser evitado pela boa prática médica que deve evitar o “encarniçamento terapêutico”. Se há dúvidas recorra-se ao testamento vital que já está ao dispor de todos e permite deixar expresso sem dúvidas o tipo de tratamento pretendido.

Ser contra a eutanásia é apenas reconhecer que, sendo inevitável, a morte é imprevisível. Raramente se fará anunciar com dia e hora marcados, excepto se existir um acto directo que destinada a provocá-la. Este pode resultar de um suicídio, assistido ou não, ou na dita eutanásia (acção que através de injecção ou outro medicamento letal administrado por alguém causa a morte a quem o consente ou pede reiteradamente).

A sacralidade da vida não tem aqui conotação religiosa. Corresponde ao interdito “não matarás“, comum à maioria das culturas e inscrito na declaração universal dos direitos do homem. Uma vez ultrapassado este interdito, a sociedade entra na rampa do descarte dos que já não lhe são úteis. »
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