Com a devida vénia, alguns excertos da crónica de opinião do jornalista António José Gouveia, intitulada "IMI não me enganam", publicada hoje no "Jornal de Notícias". Vale mesmo a pena ler a totalidade do artigo.

Como em tudo, as interpretações são diversas. O Governo considera que apenas os lugares de culto estão isentos, a Igreja acha que os prédios onde sejam praticados atos religiosos e de solidariedade social são abrangidos pela Concordata. Portugal é um Estado de direito e os argumentos deverão ser dirimidos nos lugares próprios, mas em tempos de crise, de dívida pública altíssima e de um défice das contas públicas, a moral de solidariedade social obriga a que todos devam contribuir, mesmo a Igreja Católica. Não podem ser só as famílias a contribuírem para a receita fiscal.
O segundo da trilogia é a Pátria, representada, neste caso, pelos partidos políticos em Portugal. Todos têm em comum a defesa da Pátria. E uma forma de a defender poderia ser com o pagamento do imposto municipal sobre imóveis, dos quais estão isentos, vá-se lá saber porquê.
.../...Aplaudo o fim da isenção do IMI e do IMT para fundos imobiliários, decididos este ano. Falta ir mais longe.
Por fim, a trilogia termina com a Família e voltamos ao início: não podem ser só as famílias a contribuírem para a ganância fiscal do Estado. Não se pode ir pela via mais fácil que é inventar parâmetros para aumentar a taxação e esquecer que existe um vasto património imobiliário isento mas que, para isso, é necessário enfrentar lóbis e interesses.»
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