Eis o interessante artigo de opinião de Francisco Sarsfield Cabral, intitulado "Um governo para eleições", publicado hoje no site da Rádio Renascença:
«Desde há mais de um mês (as eleições foram a 4 de Outubro), António Costa andou a proclamar a existência de um acordo com o BE e o PCP. Depois, viu-se que seriam três acordos, do PS com cada um dos partidos apoiantes, o que inclui os Verdes, essa habilidade do PCP para ter mais voz no Parlamento.
A assinatura destes três documentos foi sigilosa. E a sua divulgação – finalmente! –, na terça-feira passada, veio mostrar que, em rigor, não se trata de acordos, mas de declarações de intenção com vista a tomar posições comuns…
Como escreveu Helena Garrido, no Jornal de Negócios, “não temos assim o acordo prometido pelo PS, mas sim uma posição conjunta para se chegar a um acordo, com condições mínimas”. O que, para além de evidenciar a escandalosa falta de transparência de A. Costa ao longo deste processo (que começou com a “defenestração” de A. J. Seguro), reforça uma ideia que já aqui referi: a de que o governo de Costa está pensado para dar aos portugueses uma série de “rebuçados” nos primeiros meses (o fim da austeridade), preparando-se para eleições, aproveitando esse clima favorável.»
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