A abstenção nas eleições legislativas de ontem, 4 de Outubro, ficou nos 43,07%, a maior de sempre registada em eleições legislativas. Apenas falta incluir os quatro mandatos de deputados respeitantes aos círculos da emigração.
Nas eleições legislativas de 2011, a abstenção situou-se nos 41,9%.
A taxa de abstenção em eleições legislativas tem vindo a aumentar em Portugal desde o primeiro sufrágio universal livre, há 40 anos, quando escassos 8,34 % dos eleitores não se deslocaram às assembleias de voto.
De pouco mais de 8% em 1975, a taxa de abstenção cresceu assim exponencialmente até aos 41,9% em 2011, depois de em 2009 se ter registado uma taxa de 40,32%.
Só em três ocasiões se verificou um ligeiro abrandamento da tendência, em 1980, 2002 e 2005, respectivamente, quando a coligação Aliança Democrática (AD) - constituída pelo PPD-PSD, o CDS-PP e o Partido Popular Monárquico - venceu pela segunda vez, com maioria absoluta, assim como no triunfo do PSD de Durão Barroso e na primeira maioria absoluta do PS, com José Sócrates.
Em 1980, a abstenção recuou para 16,06%, quando nas anteriores legislativas tinha atingido 17,13%, em 02 de dezembro de 1979.
Trinta e dois anos depois, a 17 de Março de 2002, quando os sociais-democratas, liderados por Durão Barroso, ganharam as eleições, a taxa de abstenção cifrou-se em 38,52%, ligeiramente abaixo dos 38,91% registados na segunda eleição de Guterres, em 10 de Outubro de 1999.
Logo nas eleições seguintes, em 2005, que deram a Sócrates o seu primeiro mandato como primeiro-ministro, a abstenção ficou-se pelos 35,74%, face aos anteriores 38,52%.
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