Os Estados Unidos e Cuba põem fim a décadas
de hostilidade. Admitem reatar relações diplomáticas, com abertura de
embaixadas nos respectivos países.
Ontem, Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e o seu congénere cubano, Raúl Castro, em discursos praticamente simultâneos, em Washington e Havana, fizeram referência à história conturbada entre os respectivos
países e ao mesmo tempo aos progressos recentes, como o relaxamento de
algumas restrições comerciais por parte dos EUA, ou as reformas
económicas encetadas pelo Governo de Havana.
Sem negar a existência de
discordâncias e até tensões em diversas matérias, tanto Obama como
Castro mencionaram uma intenção similar de "encontrar soluções" para
ultrapassar os problemas entre os dois países. "Devemos aprender a arte
de conviver, de forma civilizada, com as nossas diferenças", sustentou
Raúl Castro, na sua breve alocução televisiva.
Resta saber se esta vontade recíproca de reatamento de reacções diplomáticas irá também possibilitar o fim bloqueio económico e financeiro e o reatamento de relações comerciais entre os dois países. Efectivamente,este acordo prevê apenas a reabertura da embaixada dos EUA em Havana, encerrada
desde 1961, o início da atribuição de licenças a americanos que queiram
abrir negócios em Cuba (ainda que não vistos de turismo), o
envio de até dois mil dólares por ano por americanos a familiares
cubanos que residam na ilha e a importação de charutos e álcool da ilha.
"Esses 50 anos mostraram que o isolamento não funcionou, é tempo de outra atitude", frisou Obama. No seu discurso, Obama usou expressões em espanhol. "Os cubanos têm um ditado: "No és facil", mas hoje os Estados Unidos querem ser um parceiro no sentido de tornar a vida dos cubanos comuns um pouco mais fácil, mais livre, mais próspera, disse. "Todos somos americanos", concluiu em espanhol.
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