.../...«Numa entrevista
sobre a compra ou não da TAP, Miguel Pais do Amaral desvia a rota para
aterrar no recentemente caído por terra Ricardo Salgado. Primeiro, Pais
do Amaral passou por aeródromos secundários e falou dos ministros amigos
do banqueiro que podiam prejudicar-se, agora, com a proximidade antiga
ao pestífero. Mas logo se viu que não era esse o destino final: de que
ministros fala?, perguntou-se-lhe. Mas Pais do Amaral desviou: "Não lhe
vou dizer." Ele queria era chegar ao candidato presidencial Marcelo...
Esse e a companheira, disse, eram "os melhores amigos do casal Salgado",
a companheira "é administradora no grupo BES", e "o filho é funcionário
da PT". Pronto, já entendemos, nesta cantiga de amigo e maldizer, Pais
do Amaral não morre de amores por Marcelo, ai Deus i u é. Daí as duas
frases extraordinárias que disse: "Obviamente que uma pessoa que é a
melhor amiga de alguém, se esse alguém não sair bem, não tem quaisquer
condições para ser candidato presidencial nem para alimentar essa
candidatura" e, "neste caso, diz-me quem são os teus amigos, dir-te-ei
quem és"! A ser assim, neste país tão pequeno e misturado em
conhecimentos, corremos o risco de ficar sem candidatos presidenciais:
quem está livre de um "amigo" incómodo? Daí a programas eleitorais em
forma de repúdio "Vote em mim porque não sou amigo de Fulano!", é um
passo.»
(Excerto do artigo de opinião de Ferreira Fernandes, intitulado "Fazer de Marcelo dano colateral)", publicado no jornal "Diário de Notícias" de hoje)
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