sexta-feira, 14 de março de 2014

Passos diz que insistir no diploma da ADSE não é "desafio" a Cavaco

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, confirmou hoje que o Governo deliberou não alterar o diploma que aumenta o valor dos descontos para a ADSE, apesar de "respeitar" a decisão do Presidente da República, que vetou o documento.

Como é sabido, o Governo aprovou e enviou ontem para o parlamento uma proposta de lei em que mantém inalterado o aumento dos descontos para a ADSE de 2,5% para 3,5% e que tinha sido vetada pelo Presidente da República

O primeiro-ministro sublinhou que a insistência do Governo no diploma não é um "desafio" ao Presidente da República, antes decorre da necessidade de Portugal "honrar os seus compromissos" com a "troika", para fechar o programa de assistência económica e financeira e conseguir o objectivo do défice de 4 por cento para este ano. Passos Coelho admitiu hoje que a medida poderá não ser definitiva. "É muito provável que nós possamos em anos ulteriores fazer ajustamentos que permitam melhorar o sistema", referiu.

Segundo o primeiro-ministro, a preocupação do Governo é criar uma "provisão" que ficará dentro da ADSE para que este subsistema de saúde tenha, no futuro, capacidade para fazer face às necessidades dos beneficiários.

Lembrou que o objectivo é a auto-sustentabilidade da ADSE no futuro, sublinhando que os beneficiários "serão um grupo cada vez mais envelhecido" e, como tal, com mais necessidades de cuidados de saúde, o que se traduzirá em mais custos. "Não podemos estar a ver a questão do financiamento da ADSE para um ano em particular", disse ainda.

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