domingo, 9 de fevereiro de 2014

Síndroma do "olho seco" está a aumentar

Segundo a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), a incidência da síndroma conhecida como "olho seco" está a aumentar a nível mundial e atinge cerca de 20% da população adulta em Portugal.

O presidente da SPO, Paulo Torres, explica que "o olho seco é, em muitos casos, consequência da diminuição da produção de lágrima, da deficiência de alguns dos seus componentes e da maior evaporação da lágrima, esta última relacionada com a diminuição do pestanejo reflexo". 

Desconforto ocular, sensação de corpo estranho, ardor, queimor, picadelas, prurido, irritação ocular, olho vermelho e sensação de pálpebras pesadas, são alguns dos sintomas de alerta para este e outros tipos de inflamação da superfície ocular externa.

A título de exemplo, o estado de atenção durante as tarefas que se realizam ao perto, como o trabalho com monitores de computadores ou ecrãs de jogos, fazem com que haja uma diminuição do reflexo do pestanejo, com uma maior evaporação da lágrima e um menor recobrimento da superfície ocular pelo filme lacrimal. Assim, a superfície ocular fica mais exposta e torna-se mais vulnerável à inflamação, levando ao aparecimento das queixas típicas acima descritas. 

A inflamação também pode estar relacionada com factores como o envelhecimento natural, alterações hormonais, tabagismo, alcoolismo, cirurgias oculares, uso prolongado de lentes de contacto ou exposição prolongada a meios ambientes pessoais e/ou profissionais agressivos (ventos, poeiras, ambientes secos e refrigerados).

O especialista refere ainda que "pode ser uma manifestação de doenças sistémicas, particularmente as do foro imunológico (artrite reumatóide, lúpus eritematoso disseminado, síndrome de Sjögren, sarcoidose, entre outras), outras doenças como a diabetes mellitus, bem como consequência de medicação sistémica antidepressiva e antihipertensora prolongada". 

Apesar dos sintomas incomodativos, o "olho seco" geralmente não interfere com a visão. O tratamento do "olho seco" depende de uma avaliação adequada por parte de médico oftalmologista. Em geral utiliza-se a reposição de lágrima com lágrimas artificiais, sendo que os casos mais severos podem necessitar do uso de anti-inflamatórios e até mesmo de imunossupressores locais e oclusão de ponto lacrimal.

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