sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Autárquicas: o colapso dos partidos políticos

«Existem duas formas de olhar para as autárquicas de domingo. 

A primeira é fazer contas de merceeiro, atribuir a taça ao PS e dizer que o PSD está metido em apuros. A segunda é sair da mercearia e contemplar o espectáculo cá de fora: mais de metade dos portugueses não vota em ninguém, ou vota em branco, ou vota nulo, ou vota em candidatos extrapartidários. Vota em tudo (ou em nada), excepto nos partidos do regime que, sem surpresas, perderam juntos mais de 800 mil votos. O que se percebe: se o PS nos trouxe a ‘troika’, é duvidoso que PSD e CDS nos livrem dela.

A grande moral das eleições de domingo é que, com o colapso anunciado dos partidos do regime, é o próprio regime que está em causa. E para que o filme de terror seja perfeito, só falta mesmo a emergência de um populista articulado e perigoso, capaz de arregimentar uma metade do país contra a outra. Já estivemos mais longe.»

(Artigo de opinião de João Pereira Coutinho em "A Voz da Razão", publicado hoje no jornal "Correio da Manhã")

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