A primeira é fazer contas de merceeiro, atribuir a
taça ao PS e dizer que o PSD está metido em apuros. A segunda é sair da
mercearia e contemplar o espectáculo cá de fora: mais de metade dos
portugueses não vota em ninguém, ou vota em branco, ou vota nulo, ou
vota em candidatos extrapartidários. Vota em tudo (ou em nada), excepto
nos partidos do regime que, sem surpresas, perderam juntos mais de 800
mil votos. O que se percebe: se o PS nos trouxe a ‘troika’, é duvidoso
que PSD e CDS nos livrem dela.
A grande moral das
eleições de domingo é que, com o colapso anunciado dos partidos do
regime, é o próprio regime que está em causa. E para que o filme de
terror seja perfeito, só falta mesmo a emergência de um populista
articulado e perigoso, capaz de arregimentar uma metade do país contra a
outra. Já estivemos mais longe.»
(Artigo de opinião de João Pereira Coutinho em "A Voz da Razão", publicado hoje no jornal "Correio da Manhã")
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