Na sexta feira passada o presidente do Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul, Vítor Dias, comunicou à agência Lusa que a greve nos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro, vai ser prolongada até 31
de Dezembro, com uma paralisação de duas horas por turno.
Os estivadores dos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e
Aveiro estão em sucessivas greves desde Setembro, altura em que o
Ministério da Economia anunciou ter chegado a acordo com um conjunto de
sindicatos afectos à UGT e operadores portuários.
Segundo o Ministro da Economia, as sucessivas greves dos portos, que
começaram em Setembro, já terão custado cerca de 1.200 milhões de
euros.
A propósito desta greve, Jorge Fiel, jornalista subdirector do "Jornal de Notícias" escrevia, nesse mesmo dia, no seu artigo da "Praça da Liberdade":
.../...«Os cerca de 400 estivadores que envergam T-shirts trendy e cosmopolitas
dizendo "Don't fuck my job" ainda não perceberam que quando se está num
buraco a regra número 1 é parar de escavar - e como estão confusos, ao
ponto de não se terem apercebido do tempo em que vivemos, prosseguem,
egoístas, a sabotagem do esforço das empresas exportadoras.
Os cerca de 400 estivadores que abrilhantam os protestos vestidos com
coletes refletores, calçados com botas de borracha de biqueira de aço e
com a cara coberta por lenços pretos, à John Wayne, não perceberam que a
nossa liberdade acaba onde começa a dos outros - e por isso não se
importam de lixar o emprego dos outros para manterem direitos,
privilégios e regalias absolutamente insustentáveis.
As
consequências da irresponsabilidade suicida dos 400 estivadores
grevistas só não são mais catastróficas porque o elevado sentido de
responsabilidade dos outros 900 estivadores e da UGT mantêm a funcionar
os portos de Leixões e Sines.
Neste caso da greve dos portos, o
Governo tem uma oportunidade de ouro para demonstrar firmeza e impedir
que os 400 estivadores grevistas, em vez de cavarem apenas a própria
sepultura, destruindo o seu emprego altamente remunerado, também
enterrem o que resta da nossa competitividade e lixem os nossos postos
de trabalho.»
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