segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Continua o desafio dos estivadores grevistas

Na sexta feira passada o presidente do Sindicato dos Estivadores do Centro e Sul, Vítor Dias, comunicou à agência Lusa que a greve nos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro, vai ser prolongada até 31 de Dezembro, com uma paralisação de duas horas por turno.

Os estivadores dos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro estão em sucessivas greves desde Setembro, altura em que o Ministério da Economia anunciou ter chegado a acordo com um conjunto de sindicatos afectos à UGT e operadores portuários.

Segundo o Ministro da Economia, as sucessivas greves dos portos, que começaram em Setembro, já terão custado cerca de 1.200 milhões de euros.

A propósito desta greve, Jorge Fiel, jornalista subdirector do "Jornal de Notícias" escrevia, nesse mesmo dia, no seu artigo da "Praça da Liberdade":
 
.../...«Os cerca de 400 estivadores que envergam T-shirts trendy e cosmopolitas dizendo "Don't fuck my job" ainda não perceberam que quando se está num buraco a regra número 1 é parar de escavar - e como estão confusos, ao ponto de não se terem apercebido do tempo em que vivemos, prosseguem, egoístas, a sabotagem do esforço das empresas exportadoras. 

Os cerca de 400 estivadores que abrilhantam os protestos vestidos com coletes refletores, calçados com botas de borracha de biqueira de aço e com a cara coberta por lenços pretos, à John Wayne, não perceberam que a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros - e por isso não se importam de lixar o emprego dos outros para manterem direitos, privilégios e regalias absolutamente insustentáveis.

As consequências da irresponsabilidade suicida dos 400 estivadores grevistas só não são mais catastróficas porque o elevado sentido de responsabilidade dos outros 900 estivadores e da UGT mantêm a funcionar os portos de Leixões e Sines.

Neste caso da greve dos portos, o Governo tem uma oportunidade de ouro para demonstrar firmeza e impedir que os 400 estivadores grevistas, em vez de cavarem apenas a própria sepultura, destruindo o seu emprego altamente remunerado, também enterrem o que resta da nossa competitividade e lixem os nossos postos de trabalho.»

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