.../...«A "greve geral" foi uma paralisação exclusiva de parte da classe que ao
longo de décadas usufruiu do privilégio da segurança absoluta no
trabalho, da progressão na carreira por anos de serviço, de um apoio na
saúde exclusivo e generoso. Os outros todos estavam a trabalhar.»
.../...«A greve deveria ser uma outra coisa. Só que se banalizou por completo:
Arménio Carlos já sabe por antecipação o que irá dizer, nós já sabemos
por antecipação todos os sectores que irão ser afectados, a televisão já
sabe por antecipação onde colocar as suas câmaras. É uma coreografia
com cheiro a naftalina, com a novidade desagradável de ter passado a
envolver calhoada à polícia no final do dia. O que é que o país ganha
com isto? Não ganha nada. Apenas uma má desculpa para fazer saltar a
raiva de uns cobardolas encapuçados e mais umas machadadas na
produtividade nacional. Obrigado, Arménio.»
(Excerto do artigo de opinião de João Miguel Tavares, em "O cronista indelicado", jornal "Correio da Manhã" de hoje)
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