A escritora Maria Teresa Horta em entrevista à rádio "Antena1", admitiu que fica bem a qualquer pessoa citar Camões, mas considera que se o escritor conhecesse a atitude do primeiro-ministro não
ficaria satisfeito por ter sido citado por Passos Coelho.
Passos Coelho, na passada quarta-feira, durante a homenagem a Adriano Moreira no Instituto Superior de Ciências Sociais
e Políticas, em Lisboa, citou a
estrofe 66 do Canto V de "Os Lusíadas", de Luís Vaz de Camões, no
final da sua intervenção.
Maria Teresa Horta prossegue assim a sua cruzada contra o primeiro-ministro português. No passado dia 18 a escritora, distinguida com o Prémio D. Dinis pelo
romance “As Luzes de Leonor”, disse à Agência Lusa que não
aceitava recebê-lo das mãos do primeiro-ministro, conforme estava previsto.
"Na realidade eu não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma,
receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é formado por
poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma poetisa, e
que me honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa que
está empenhada em destruir o nosso país", explicou Maria Teresa Horta à
Lusa.
E assim Passos Coelho, para além da presumida insatisfação póstuma de Luís Vaz de Camões, abichou mais uma oposicionista activa e, quem sabe, por seu intermédio, a oposição de todo o movimento feminista português. Coitado do primeiro-ministro!
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