quarta-feira, 2 de maio de 2012

A campanha do "Pingo Doce", o "Dia dos Trabalhadores" e o ano de 2018

.../...«Alexandre Soares dos Santos confrontou os portugueses com a sua realidade de desespero, revelou que também no seu grupo se vive em desespero com menos vendas e mostrou total indiferença ao dia do trabalhador, expondo dramaticamente a fraqueza dos movimentos sindicais e da consciência de cada um. Foi um triste país aquele a que assistimos ontem, entre o consumismo desenfreado ou necessitado e as manifestações, sempre iguais, com frases que já não parecem significar nada.

É este país que o Governo vê a crescer quase 3% em 2016 e com um excedente externo nunca visto na sua história, após a segunda guerra mundial. É este país que o Governo diz que vai voltar a ser capaz de crescer a um ritmo de 2,5% sem criar desequilíbrios externos e orçamentais. Um país em que um empresário do comércio usa o dia do trabalhador para fazer uma promoção, carregada de suspeitas de estar a vender abaixo do custo, e que lança o caos e a desordem num país empobrecido.

.../...Dez meses passados com este Governo, as únicas medidas visíveis são as que reduziram salários, aumentaram o tempo de trabalho, facilitaram o despedimento e agravaram impostos. Tinha de ser feito, sem dúvida. Mas onde estão as medidas que também deviam ter sido tomadas? O que não foi feito nas parecerias público-privadas, na energia e nos impostos será o grande travão a esse país de prosperidade que o Governo vê nas suas previsões. Recuperação total dos salários em 2018? Sem a coragem de enfrentar quem impede o país de crescer, 2018 quer dizer nunca mais, nunca mais para os funcionários públicos, nunca mais para todos nós. A prosperidade será uma miragem quase eterna.»

(do muito pertinente  Editorial de Helena Garrido no "Jornal de Negócios" online de 2012.05.02)

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