Um dos considerados ministros tecnocratas, o ministro da Saúde, anunciou na passada quarta-feira que o Governo português vai avançar com a "restrição de fumar em ambientes fechados de modo mais abrangente, incluindo a proibição de fumar em veículos de transporte fechados quando transportem crianças".
Não é de questionar o de há muito reconhecido malefício do consumo de tabaco, seja esse consumo activo ou passivo. Nem é de questionar o comprovado aumento expressivo do risco de desenvolvimento de doenças de foro respiratório, entre outras, em crianças expostas ao fumo do tabaco em ambientes confinados.
Contudo, pretender que a proibição de fumar em veículos de transporte privados quando transportem crianças irá ter alguma efectividade na prevenção de tais problemas, é demagogia ou ingenuidade. Para além de poder ser considerada uma inadmissível intrusão na privacidade dos cidadãos, questiona-se a efectividade da medida. Como se fiscalizaria o seu cumprimento? Iriam os polícias andar a espiar quem fuma ou não dentro dos carros? Iriam analisar o ar do interior das viaturas para comprovar a existência de vestígios de fumo de tabaco? Bizarro!
Quem, de forma condenável, fuma na presença dos filhos, fá-lo-á tanto nos carros, como em suas próprias casas. A prevenção destes hábitos deve fazer-se, sim, mas com maior investimento na EDUCAÇÃO das pessoas. Na Educação para a Saúde e na Educação Cívica.
Entretanto, o que tem vindo a verificar-se é o contrário. Desinveste-se na Saúde e, na proposta do Governo de revisão curricular, prevê-se a retirada da disciplina de Educação Cívica das escolas.
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