.../... «Convenceram-nos de que era possível reformarmo-nos aos 50 e arranjar um gancho em qualquer sítio e depois voltar a ter outra reforma. Como se fossemos, todos, funcionários do Banco de Portugal. O surpreendente é que ainda não compreenderam. Não perceberam que já não há dinheiro. E que quando se pede dinheiro emprestado hoje, para pagar as dívidas de ontem, estamos a roubar a gerações de amanhã e de depois de amanhã. Que vão nascer vergadas pelos calotes de um bando embrutecido pela vida subsidiada. Não compreenderam que o desemprego jovem que hoje nos aflige tem as raízes recentes nas fundações dos estádios do Euro. Que os aumentos das taxas moderadoras estão a pagar a distribuição amalucada de ontem dos "Magalhães". Que perdemos vencimentos para pagar os estudos de aeroportos que não vão existir e a construir apeadeiros e aterros para comboios ultrarrápidos em que ninguém vai viajar. Nunca.
De facto, estamos hoje arruinados porque ainda não entendemos que, tendo direito a um sonho nacional de bem-estar, para o concretizar temos primeiro que acordar.»
(Da opinião de Mário Crespo, no jornal semanário "Expresso", de 25 de Fevereiro de 2012)
1 comentário:
excelente post, notável a análise de Mário Crespo.
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