sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Despenalização do aborto - as consequências - (2)

Com a devida vénia, transcreve-se o artigo de opinião da jornalista Raquel Abecassis, publicado no jornal online "Página 1" de 27 de Dezembro de 2010:

«Aborto: hora de reabrir a discussão

Os últimos dados estatísticos provam aquilo que para muitos era óbvio, antes de se alterar a legislação: três anos depois da despenalização do aborto em Portugal, o número de abortos está a crescer de forma assustadora. Este ano, foram feitos, em média, 53 abortos por dia.

Na análise a estes números, o director de obstetrícia do Hospital de Santa Maria lamenta que as mulheres não tenham compreendido a lei e que não haja mais medidas de prevenção da gravidez. A realidade é de tal modo assustadora, com os especialistas e defensores da lei a reconhecerem que a prática do aborto é hoje um método anti-concepcional, que só por si deveria levar os responsáveis a reconhecer o erro das teses que defenderam em 2007.

Diante de uma tragédia destas dimensões, o pior que se pode fazer é persistir no erro. Três anos depois, está na altura de se reabrir uma discussão que nunca foi feita de forma honesta. Os que em 2007 defenderam com tanto calor os direitos das mulheres não podem agora ficar calados diante das estatísticas que, em 2010, são reais, ao contrário dos números ilusórios que se debateram há três anos.»

Raquel Abecasis

1 comentário:

Ibericus disse...

Pergunto eu se aí estão incluídos os abortos legais, os clandestinos, os feitos em Espanha a portuguesas de então e de agora. Todos. Porque uma notícia parcial é o mesmo (é pior) que uma mentira. Deve-se dizer tudo. Além disso, a lei não obriga a ninguém a abortar. Obrigado.