Portugal é hoje refém dos seus credores. Há 37 anos que o país pede dinheiro emprestado ao estrangeiro e há 37 anos que não paga tudo o que deve. No final de cada ano a dívida é sempre maior do que a do ano anterior.
Hoje, um dia depois da aprovação na generalidade do Orçamento de Estado para 2011, o índice nacional de referência bolsista (PSI) desceu 0,44%, num dia de fortes ganhos para a generalidade das bolsas europeias.
Os juros da dívida nacional a 10 anos, pelo contrário, continuaram a subir e estão cada vez mais perto dos 6,7%. Há analistas que admitem a possibilidade de os juros da dívida a dez anos atingirem os 7%, limite que Teixeira dos Santos considerou como razão para pensar em recorrer ao FMI.
Como Pedro Santos Guerreiro escreve hoje no "Jornal de Negócios", «Os nossos juros escalam para níveis insuportáveis enquanto no Parlamento se discutem insultos». Mas ontem, a dra. Manuela Ferreira Leite, num notável e marcante discurso, um verdadeiro discurso de Estado, lembrou que não foi por falta de avisos que o Governo conduziu o país a este ponto e que as crises se devem antecipar e gerir, não negarem-se. Por escassos momentos os portugueses puderam imaginar como tudo poderia ter sido diferente com Manuela Ferreira Leite no poder.
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