.../... «O dinheiro é que é o problema. Porque Angola cresce, Angola constrói, Angola consome, Angola encomenda e Angola compra - mas Angola não paga. É um truque habitual em regimes ditatoriais que têm a felicidade de estarem sentados em cima de grandes recursos naturais: quem quer entrar no jogo, tem de aceitar as regras; e quem aceita as regras sabe que elas estão sempre a mudar.
É isso que distingue uma democracia de uma ditadura e um capitalismo de mercado de um capitalismo de Estado: nos primeiros, há tribunais, leis e polícias; nos segundos, há a vontade de quem ocupa o poder.
.../... Quando os empresários portugueses decidem ir para Angola, incentivados pelo entusiasmo pueril de José Sócrates, devem saber que vão negociar com um país onde não há qualquer segurança jurídica: quem tem mais força, vence; quem é mais fraco, perde. Agora, adivinhe quem é quem.»
in Editorial da revista "Sábado" N.º 325 - 22 a 28 de Julho de 2010
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