sexta-feira, 11 de junho de 2010

Antigos combatentes: iguais no respeito e na memória

Numa das cerimónia do 10 de Junho em que pela primeira vez antigos combatentes desfilaram na cerimónia militar oficial do Dia de Portugal, António Barreto deixou um lamento: "Portugal não trata bem os seus antigos combatentes, sobreviventes, feridos ou mortos". Barreto apontou a "omissão do Estado" como responsável pelo "esquecimento" e a "indiferença" a que são votados alguns dos antigos combatentes, mas não deixou de fora as responsabilidades do povo português: o povo português é "parco em respeito pelos seus mortos", verberou o presidente da Comissão das Comemorações do Dia de Portugal.

No seu discurso, António Barreto considerou que o Estado é pouco "explícito no cumprimento desse dever" de respeito pela memória dos mortos, instando as entidades oficiais a "eliminarem as diferenças entre bons e maus soldados, entre veteranos de nome e veteranos anónimos, entre recordados e esquecidos".

Para Barreto, um antigo combatente não pode ser tratado como "colonialista", "fascista" ou "revolucionário", apenas como "soldado português". "Está aberta a via para a eliminação de uma divisão absurda entre portugueses. Com efeito é a primeira vez que, sem distinções políticas, se realiza esta homenagem de Portugal aos seus veteranos", declarou António Barreto, referindo-se à integração dos antigos combatentes no desfile militar das cerimónias que decorreram em Faro.

"Independentemente das opiniões de cada um, para o Estado português todos estes soldados foram combatentes, são hoje antigos combatentes ou veteranos, mas sobretudo, são iguais. Não há entre eles, diferenças de género, de missão ou de função. São veteranos e foram soldados de Portugal", acrescentou o presidente das comemorações.

Palavras sempre oportunas, ainda que possam levantar-se dúvidas acerca do seu efeito prático. Que divulgação foi feita deste discurso? Alguém ouviu comentários por parte de algum responsável do Estado?

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