quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Portugal esquece os seus soldados"

.../...«Em Portugal recordamos pouco e temos uma dificuldade enorme em falar dos nossos soldados mortos no Ultramar, ou que ainda hoje sofrem sequelas profundas daqueles combates. Quando não recordamos, não homenageamos aqueles que deram a vida pelo seu país, roubamos sentido à dor e traímo-los. Os combatentes em África, por força de um volte-face político, não tiveram direito a ser tratados como heróis.

Fomos incapazes de distinguir a justeza da guerra (e há alguma que o seja?) com a generosidade de quem cumpriu o seu dever. E um país que não é capaz de recordar é, paradoxalmente, um país sem futuro.»

Isabel Stilwell, no editorial do jornal gratuito "Destak", de 2009.11.12

Palavras oportunas estas. Mas Isabel Stilwell não devia ter utilizado o pretérito do verbo ter na frase "Os combatentes em África, por força de um volte-face político, não tiveram direito a ser tratados como heróis". É que, os milhares de ex-combatentes ainda vivos, que deram anos da sua juventude à denominada "causa ultramarina", não aspirando a ser tratado como heróis, desejam, isso sim, ser tratados, hoje, com o respeito e com a justiça que merecem.

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