sábado, 27 de dezembro de 2008

A dívida da Saúde

Excerto, com a devida vénia, de um artigo de opinião publicado na revista "Semana Médica" (N.º 516, Dezembro 2008, 9), da autoria do Médico e ex-Ministro da Saúde, Dr. Paulo Mendo:

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São razões de crise e não imperativos de seriedade que justificam o pagamento de uma dívida vencida! É estranho, mas é verdade!
Os governos socialistas, que fizeram da gestão e empresarialização os objectivos da sua política, conseguiram o triste feito de degradarem o SNS e não resolverem o seu financiamento sustentável.
Conseguiram, e com orgulho o dizem, fazer com que em 2006 e em 2007 o "crescimento" percentual dos encargos com o SNS fosse negativo: -1,6 em 2006 e -1,7 em 2007!
Dois anos seguidos em que "o bom desempenho orçamental" permitiu fazer com que o SNS custasse menos! Bela vitória!
O utente pagou mais (6 por cento em 2006 e 7,7 por cento em 2007), mas o orçamento foi cumprido, que é o que interessa a um gestor.
Simplesmente esta suposta racionalização dos custos, num país que é dos que menos gasta, per capita, na Saúde ao nível da União Europeia, leva obrigatoriamente a uma degradação da qualidade dos serviços, à paragem do crescimento do sistema e a um aumento das despesas das famílias. Foi a isso que nos conduziu a política iniciada há anos.
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