domingo, 9 de agosto de 2020

Uma perspectiva sobre o nosso Presidente da República

Com a devida vénia, um excerto do post da autoria de jpt publicado hoje no blogue "Delito de Opinião":

«Cada um terá a sua perspectiva sobre a política portuguesa e sobre o actual PR. A este nunca apreciei, e entendo o seu projecto como o da despolitização da sociedade. Assente num frenético exercício de relações públicas mimoso, centrado na sua "imagem". Trata-se de uma mimetização daquilo que seu pai fez, com garbo e dignidade mas num outro cenário e, portanto, com outra fundamentação política, quando foi governador-geral de Moçambique. Procura uma despolitização que é também uma "despartidarização", no reforço do esvaziar do conteúdo dos partidos. Estes estão em modo autofágico mas a pessoalização presidencial impulsiona essa decadência. Sousa pode aparecer sorridente - quem o conhece sabe que é um maledicente compulsivo, pouco fiável e assim o inverso desta simpática "personalidade" pública - mas é, de facto, apenas um populista antidemocrático. 

.../... A degenerescência do exercício presidencial, a sua abstenção substantiva, é notória. E a médio prazo também é letal a imagem do que é a política, desprovida de qualquer densidade (gravitas), a qual não obriga a uma postura hierática mas não se compadece com este abandalhamento. Muito deste disparatado percurso advirá de questões psicológicas, não pode haver só outras explicações. E muito também de um autocentramento, avesso a quaisquer assessorias críticas. 

Mas este rumo proto-demencial, e tão prejudicial ao país, é potenciado pela abstenção crítica. Um dia, há 25 anos, Cavaco Silva afrontou a imprensa comendo bolo-rei. Foi zurzido e a imagem persegue-o até hoje. Este Sousa faz um show-off patético, constante. Muda de calções em público, passeia-se nas praias, [.../...] Ninguém, à esquerda ou à direita, o abocanha neste desvario. Principalmente à esquerda, pois bem sabem qual a agenda prioritária de Sousa. 


E agora, no reality show em que transformou as suas férias, trinca um bolo e depois reparte-o, manualmente, pelos petizes circundantes, e isto em plena era de cuidados sanitários. Tudo ao invés do que as instituições de saúde nos dizem. Nem pensa!, o homem já nem pensa, encerrado no seu papel, o qual julga ser um monólogo. Esta "bola de Berlim de Sousa" será brandida e celebrizada como o foi o "bolo-rei de Cavaco"? Não. Não porque Sousa seja simpático. Mas porque a amálgama Salgado, Sócrates e magma circundante tem que ser preservada. Porque e plurisbus unum ...»

Sem comentários: