sexta-feira, 12 de julho de 2019

França vai deixar de comparticipar medicamentos homeopáticos

A ministra da Saúde francesa, Agnes Buzyn, anunciou que as comparticipações de tratamentos homeopáticos vão terminar até 2021. “Decidi dar início ao processo para acabar com esta comparticipação”, afirmou a governante ao Le Parisien.

Agnes Buzyn disse que a homeopatia era até agora uma excepção à regra no que toca a medicamentos comparticipados pelo Estado. “A regra é que tudo o que é financiado seja avaliado numa primeira fase pela Autoridade Nacional para a Saúde. A HAS [na sigla francesa] elabora um novo relatório sobre o serviço médico prestado pelos tratamentos em questão a cada cinco ou a cada dez anos para a grande maioria dos tratamentos, mas isto não aconteceu com os homeopáticos”, refere a ministra da Saúde francesa.

A Autoridade Nacional para a Saúde francesa concluiu, no final de Junho, que não havia qualquer benefício na utilização destes medicamentos, afirmando que não tinham “demonstrado eficácia científica suficiente para justificarem comparticipação”, decisão que parece ter influenciado a posição agora tomada pelo Estado francês. A mesma mensagem foi reforçada por uma comissão de especialistas comissionados pelo Ministério da Saúde.


A homeopatia é parcialmente comparticipada no país desde 1984, mas a HAS não tinha ainda agora declarado a eficácia dos tratamentos. Agnes Buzyn admite, na entrevista ao Le Parisien que, na altura, o financiamento dos tratamentos foi uma jogada politica, mas que agora já não faz sentido que a compra destes medicamentos continue a ser financiada pelo Estado.

Os medicamentos homeopáticos são derivados de substâncias naturais que podem ser de origem vegetal, animal ou mineral. A substância base é altamente diluída, através de um certo número de diluições e dinamizações.

Actualmente, em França, a comparticipação deste tipo de medicamentos pode chegar aos 30%, e vai agora ser reduzida em metade a partir de Janeiro de 2020. O corte será faseado, para dar “tempo de organização a pacientes, médicos e empresas”, afirmou a ministra da Saúde francesa que negou que a principal motivação para a adopção desta medida seja a poupança de 127 milhões de euros para o sistema público de saúde francês.

(Créditos: ver notícia no jornal "Público")

Sem comentários: