terça-feira, 5 de março de 2019

E quanto valerá um automóvel eléctrico daqui a quatro anos?

Eis a opinião de Carlos Barbosa, Presidente do "Automóvel Club de Portugal", publicada na revista "ACP" número 771, de Fevereiro de 2019, sob o título "E quanto vale um elétrico daqui a quatro anos?". Com a devida vénia,

«O respeito pelos investimentos públicos e particulares é um dos vetores para uma mobilidade eficiente. Espera-se de um governante sentido de Estado, responsabilidade e respeito pelos cidadãos. Claramente ao Ministro do Ambiente e da Transição Energética faltam estas duas últimas características, mas sobram-lhe palavras e sentenças sem fundamento real.

Vamos a factos: mesmo na Alemanha, não são todos os carros a diesel que estão proibidos de circular nas cidades. Apenas os anteriores a norma Euro 5 e já existem veículos muito próximos do Euro 7 que podem andar em todo o lado. As limitações aos carros a diesel apenas se colocam para os mais antigos, logo mais poluentes. Caso do parque automóvel nacional, dos mais envelhecidos da Europa, coisa que não parece preocupar o Ministro do Ambiente.

E se os carros a diesel fossem proibidos de circular nas cidades, o que acontecia ao parque das polícias, das forças armadas, Bombeiros, INEM, que muito dele nem as zonas de emissões reduzidas respeita? E o parque de pesados de mercadorias? Como seriam abastecidas as cidades? Na sua outra tutela, a da transição energética, o cenário também é claro: ao contrário da Noruega, onde cada casa tem uma garagem, em Portugal são poucos os que tem estacionamento próprio. Como são feitos os carregamentos? E quem paga a conta da luz? Os condomínios?

O mercado é, porém, soberano. O preço dos automóveis não vai baixar nem os elétricos vão custar metade. E as energias alternativas? Onde existem em quantidade para fornecer os carros elétricos? Sejamos realistas. Os elétricos serão uma alternativa, mas o futuro vai ter sempre em maioria motores a combustão "plug-in" e cada vez mais limpos.»

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