"Mais avós do que netos"
A nível global, os números mostram uma tendência de "baby bust": um decréscimo temporário e acentuado da taxa de natalidade, que acontece sobretudo em países mais desenvolvidos, como a Europa, os Estados Unidos, a Coreia do Sul e a Austrália.
No entanto, o cenário é totalmente diferente noutros pontos do globo. No Níger, por exemplo, regista-se a mais elevada taxa de fertilidade do mundo: 7,1 filhos por mulher. O cenário é idêntico noutros países africanos: Chade (6,7), Somália (6,1), Uganda (5,2) ou Angola (5,1), por exemplo. No “top 10” dos países com mais elevadas taxas de fertilidade, apenas um país não-africano: o Afeganistão, com 6.0.
"Estas estatísticas representam um baby boom para algumas nações e um baby bust para outras", sublinha Christopher Murray, em declarações ao jornal The Independent.
Mas o contributo destes países não é suficiente para inverter a tendência de declínio no crescimento da população a nível mundial. Entre 1997 e 2007 houve um crescimento de 81,5 milhões de pessoas a cada ano, sendo que entre 2007 e 2017 o crescimento foi apenas de 87,2 milhões de pessoas por ano.
O estudo da revista The Lancet identifica três factores para o declínio da taxa de fertilidade: o menor número de mortes durante a infância, o que faz com que as mulheres tenham menos filhos, maior acesso a contraceptivos e o crescente número de mulheres nos sistemas de educação ou no mercado de trabalho.
"Tendo em conta as tendências actuais, haverá muito menos crianças e muito mais pessoas com mais de 65 anos, e isso é muito difícil de suportar a nível global. Pensem nas mudanças sociais e económicas profundas de uma sociedade onde há mais avós do do que netos", sublinha Christopher Murray em declarações à BBC.
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