Da crónica de opinião de João Pereira Coutinho, politólogo e escritor, publicada na revista "Sábado" de 24 de Abril de 2018, sob o título "Sou contra quotas", o seguinte excerto, com a devida vénia,
.../...«Produzir profissionais imprestáveis é uma forma de traição que nenhum governo devia promover alegremente. Excepto, claro, se a farsa das quotas continuar a ser imposta no próprio mercado de trabalho – uma espécie de falsificação da existência individual durante toda a idade adulta.
Se assim é no ensino, que dizer da política? A palavra não é meiga para certos ouvidos débeis. Mas qualquer candidato a líder precisa de um mínimo de "autoridade". Não falo em autoridade de jure. Falo de autoridade de facto: o tipo de autoridade que não se exige; merece-se. Uma mulher que fez carreira política com o trampolim das quotas terá sempre um ferrete que não augura respeito algum.
O parlamento, ao pretender enfiar 40% de mulheres nos órgãos políticos e nos cargos dirigentes da administração pública, não está a fazer um favor às ditas. Pelo contrário: está a diminui-las aos olhos do presente – e, sobretudo, do futuro. Na Alemanha, o SPD prepara-se para ter uma mulher aos comandos. A CDU já é liderada por uma. Alguém acredita que a autoridade seria a mesma se ambas fossem filhas das quotas?»
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