Na sequência das entrevistas do dr. Manuel Pinto Coelho ao programa "Alta Definição", da "SIC" e ao jornal semanário "Expresso" , o "Conselho Nacional da Ordem dos Médicos" enviou na última sexta-feira ao "Expresso" e à "SIC" o seguinte comunicado:
Em face da polémica causada pelas declarações públicas do Dr. Manuel Pinto Coelho
(MPC) a vários órgãos de comunicação social e à revolta e desconforto que se instalou
na comunidade médica, o Conselho Nacional da Ordem dos Médicos entende esclarecer
a sociedade civil do seguinte:
1. A prática da Medicina obedece a princípios e valores sustentados no
conhecimento científico, que devem respeitar as boas práticas médicas (muitas
vezes designadas por estado da arte);
2. Os médicos, no exercício da sua profissão, têm o dever de respeitar o Código
Deontológico e a ética médica nas suas múltiplas dimensões;
3. A Medicina sem evidência científica constitui um perigo para os doentes e para
a saúde pública;
4. A publicidade enganosa constitui uma prática condenável e motivo para sanções
disciplinares por parte dos órgãos competentes;
5. O Dr. MPC nas suas intervenções na comunicação social fez afirmações
potencialmente graves para a saúde dos doentes e para a saúde pública;
6. O Prof. António Vaz Carneiro, em resposta às afirmações abusivas e
cientificamente incorretas do Dr. MPC, fez a defesa da qualidade da Medicina
com base na ciência clínica experimental (estudos científicos), dando um enorme
contributo público para a defesa da saúde das pessoas;
7. A Ordem dos Médicos já remeteu, em diferentes ocasiões, para avaliação
disciplinar as afirmações polémicas produzidas pelo Dr. MPC em diferentes
contextos;
8. A Ordem dos Médicos discorda frontalmente de várias das afirmações
produzidas pelo Dr. MPC, que podem constituir um atentado à saúde dos
doentes e da comunidade.
9. A Ordem dos Médicos, em colaboração com as Associações e Sociedades
Científicas, irá produzir informações honestas e acessíveis, validadas
cientificamente, em que a sociedade civil possa confiar.
O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos
Lisboa, 7 de junho de 2017»
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