O artigo de opinião de Vítor Rainho, intitulado "Figura da semana: Marcelo, Um Presidente que teve um chamamento divino", publicado hoje no jornal "Sol". Com a devida vénia,
«Ilustre professor catedrático de Direito, comentador televisivo que falava ao coração do povo, político maquiavélico ou um rei na pele de Presidente, eis Marcelo Rebelo de Sousa, o grande conquistador de selfies e de afetos.»

Marcelo Rebelo de Sousa está a conseguir no seu mandato chatear muito mais os seus camaradas de partido do que os da oposição, que neste caso estão no Governo. A esquerda mais radical, que temia que o Presidente fosse a principal força de bloqueio às suas ideias, está maravilhada com a performance de Marcelo. Parece até que o Presidente e o primeiro-ministro foram feitos um para o outro no que à governação diz respeito. É certo que ainda é muito cedo para se dar como garantido que o casamento assinado irá durar a legislatura. Afinal, Marcelo é mais imprevisível do que alguns possam imaginar. E foi por isso que deu uma valente e surpreendente ‘bicada’ no ministro das Finanças a propósito do caso do ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos.
Voltando ao reinado de Marcelo, nos tempos que correm, o da febre das selfies, o Presidente tem batido recordes atrás de recordes de popularidade e, muitas vezes, confunde-se o papel de chefe de Estado com o de primeiro-ministro. Não há assunto que não mereça um comentário do inquilino de Belém e a defesa que tem feito do Governo até deixa o Bloco de Esquerda e o PCP, parceiros da geringonça, boquiabertos. Digamos que com Marcelo não haverá monotonia – na Wikipédia até tem direito a aparecer o nome da ‘companheira’ (Rita Cabral, desde 1980).
Mas consultando o livro biográfico feito pelo jornalista Vítor Matos, lembramo-nos de outra faceta de Marcelo: a religiosa. «Numa das últimas entrevistas, ele disse-me que só se candidatava se sentisse um chamamento divino». Pelos vistos, esse chamamento foi mais forte do que o outro em que afirmou que nem que Jesus descesse à terra seria candidato à liderança do PSD. Como todos sabemos, Jesus não veio à terra e Marcelo chegou a líder do PSD. Veremos que chamamentos divinos surgirão no futuro da coabitação da geringonça com a Presidência...»
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