Da muito oportuna crónica de opinião de João Quadros, intitulada "Embrulhos de Natal", publicada hoje na Newsletter do SAPO24, alguns excertos, com a devida vénia:

É como as garrafas de whisky e outros derivados alcoólicos. No Natal uma garrafa de whisky tem de ter uma caixa bonita à volta para fingir que aquela garrafa que custou onze euros no supermercado vale o mesmo que uma com 50 anos, de malte envelhecido em cascos de virgens escocesas canhotas. Na verdade, aquilo é apenas uma garrafa de VAT69 vulgaríssima vestida para domingo. Vamos lá ver uma coisa, se pegarmos num bêbedo de tasca e o enfiarmos dentro de um fato de metal com castelos escoceses ele não fica a parecer um artista conhecido que bebe uns copos.
Resumindo, por favor, parem de embrulhar prendas. É desperdício de papel e, acima de tudo, de tempo. Tapem os olhos às pessoas e ponham-lhes a prenda à frente. É surpresa na mesma e se uma pessoa já tem, e tem de ir trocar, escusa de estar ali a perder tempo a desembrulhar.
Além do mais, é muito mais fácil percebemos pela cara das pessoas se realmente gostaram. Aquele tempo, em que já sabemos o que é a prenda (e já percebemos que não nos agrada) mas ainda estamos a rasgar o papel é, normalmente, aproveitado para inventarmos uma mentira para dizer que vamos ter de trocar, e o Natal não deve ser sinónimo de hipocrisia. Vamos acabar com isso, está bem? Obrigado.»
Sem comentários:
Enviar um comentário