Do artigo de opinião do eurodeputado do Partido Socialista Francisco Assis, intitulado "António Costa, príncipe da ambiguidade esclarecida", publicado ontem no jornal "Público", os seguintes excertos, com a merecida vénia:
«"Isto está cheio de gente
falando ao mesmo tempo
e alguma coisa está fora de isto falando de isto
e tudo é sabido em qualquer lugar"
(Manuel António Pina)
.../... Olhando para o país de hoje, observando as coisas visíveis e percebendo tudo o que é do domínio do invisível, sentimos um certo socorro nas palavras poéticas de Manuel António Pina. Na verdade toda a gente fala; fala-se mesmo porventura demais na vida política portuguesa. O Presidente da República parece dar o mote: entre abraços e beijos, generosamente despendidos numa cerimónia de celebração da ginjinha, no Barreiro, até a um fúnebre comunicado relativo à morte de George Michael, o Professor Marcelo vive num estado de permanente logorreia. O Presidente é simpático, indesmentivelmente inteligente, nas horas de recolhimento deve rir-se que nem um perdido das circunstâncias que lhe são dadas viver. É quase impossível não gostar dele, mesmo quando consideramos detestável essa sobreexposição pública que não favorece a instituição Presidência da República. Chegará o dia em que ele próprio perceberá a suprema importância que o silêncio também tem na política.».../...
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