Do artigo de opinião de João Miguel Tavares, intitulado "O terrorismo assusta. Mas funciona?", publicado ontem no jornal "Público", com a devida vénia:
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Eu sinto-me sempre obrigado a repetir isto de cada vez que há um atentado terrorista porque o próprio acompanhamento mediático destes acontecimentos convida às mais desvairadas suposições. Quem ouça certos comentadores parece que a instituição do Califado no coração da Europa é só uma questão de anos, dada a lamentável fragilidade do nosso sistema – talvez em 2022, como no último livro de Michel Houellebecq. Calma. O terrorismo é excelente a prolongar conflitos durante anos, através de acções espaçadas, de baixa intensidade e que envolvem muito poucos meios, mas a única conquista política que alcançarão é algum medo, alguns recrutas e nada mais.
O 11 de Setembro foi uma grande vitória para a Al-Qaeda, mas a médio prazo aquilo que Osama bin Laden conseguiu foi assinar a sua sentença de morte e a sentença de morte do seu grupo, que hoje é uma sombra do que já foi. O Daesh faz – ou outros fazem por ele – atentados espectaculares na Europa, mas as suas chefias são dizimadas e o seu território diminui de dia para dia, apesar de todos os voluntários oriundos do ocidente. Estes são os factos. Os ataques nas nossas cidades certamente que se irão repetir, de formas trágicas e engenhosas. Mas nenhum grupo terrorista é capaz, só por si, de mudar radicalmente o nosso modo de vida.»
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