O Papa Francisco pediu aos jovens para que não se tornem escravos da televisão e do computador.
Perante milhares de jovens em Sarajevo, na Bósnia Herzegovina, Francisco lembrou que vivemos numa altura da imagem, mas a imagem não é tudo.
O Sumo Pontífice reforçou, num encontro que teve lugar no "Centro Juvenil João Paulo II", que as novas ferramentas devem ser usadas para fazer o bem.
Falando aos jovens, num discurso improvisado, e em resposta a algumas perguntas dos jovens e de modo particular à pergunta de um jovem que ouviu dizer que o Papa Francisco estava desprovido da televisão há mais de 20 anos, Francisco respondeu dizendo: "sim, nos meados dos anos 90 senti durante uma noite que ter a televisão em casa não me fazia bem, conduzia-me para a alienação, para fora das estradas da vida e decidi então privar-me dela, de não olhar mais para a televisão. Quando queria ver um filme bonito ia para o centro televisivo da Arquidiocese onde via o filme. A TV, pelo contrário não me ajudava. Certo, eu sou da idade da pedra, sou alguém ligado à antiguidade. Mas entretanto percebo muito bem hoje que os tempos mudaram: vivemos hoje na época das imagens e isto é muito importante. No tempo da imagem é preciso fazer aquilo que se fazia durante a época dos livros: escolher tudo quanto me faz estar bem. Daqui derivam duas coisas: em primeiro lugar a responsabilidade dos centros televisivos de produzir programas edificantes, que fazem estar bem, que promovem valores com os quais construir a sociedade, valores que nos ajudam a progredir e não a regredir. Por outro lado produzir programas que nos ajudem a fortificar ainda mais os verdadeiros valores e preparar-nos para a vida. Esta é a responsabilidade dos centros televisivos.
Em segundo lugar, saber escolher os programas, e isto é uma responsabilidade nossa. Se eu vejo que um programa não me faz bem, não me ajuda a crescer, desvaloriza os meus valores, os valores nos quais eu acredito, me faz tornar uma pessoa vulgar e mundano, então devo mudar o canal. Como se fazia durante a minha idade da pedra: quando um livro era bom, lia-se; quando um livro obrigava-te a estar mal, o deitavas fora. Há depois um terceiro aspecto: trata-se da fantasia negativa, daquela fantasia que mata a alma. Se tu que és jovem, vives atacado ao computador e te tornas escravo do computador, tu perdes a liberdade. E se tu no computador procuras os programas “sujos”, ruins, tu perdes a dignidade. Ver a televisão, usar o computador para coisas grandes, para as coisas que nos fazem crescer. Isto é bom. Obrigado".
Francisco aconselhou: "Devem fazer o que eu fazia na minha idade da pedra: quando um livro era bom, lia-o até ao fim; quando um livro era mau punha-o de lado".
No avião, já no regresso ao Vaticano, o Sumo Pontífice deslocou-se até junto dos jornalistas que acompanharam a viagem para explicar um pouco melhor a ideia.
"Há uma modalidade que faz mal à alma que é estar muito agarrado ao computador. Isto faz mal à alma e tira a liberdade. Faz-te escravo do computador. Muitos pais e mães de família dizem-me que estão à mesa e os filhos agarrados ao telemóvel. É outro mundo. Quando isto nos afasta da vida comum, da vida familiar e da vida social e permaneço agarrado ao computador, isso é uma doença psicológica. Em segundo lugar, há os conteúdos. Há coisas sujas, como a pornografia e há programas vazios e sem valores, como por exemplo os programas relativistas, hedonistas, consumistas, que fomentam todas estas coisas", disse.
Francisco acrescenta que "o consumismo é um cancro da sociedade. O relativismo é um cancro da sociedade. Falarei disto na próxima encíclica que será publicada ainda este mês".
(Fontes da notícia: "Rádio Vaticano" e "Rádio Renascença")
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