O quadro "O Almoço do Trolha", de Júlio Pomar, obra icónica do movimento neorrealista português, foi ontem vendido em leilão, em Lisboa, por 350 mil euros. O quadro havia sido exposto, ainda inacabado, em 1947, na segunda Exposição Geral de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas Artes, enquanto Júlio Pomar, então com 21 anos, se encontrava preso no Forte de Caxias. Só foi concluído pelo pintor em 1950.
Com 150 centímetros por 120, o quadro revela uma cena com uma família pobre, em que um trabalhador da construção civil, sentado junto à mulher e ao filho, come um almoço modesto.
O quadro foi a leilão com uma base de licitação de 300 mil euros e havia vários interessados nesta tela, uma das mais importantes de Júlio Pomar, de 89 anos, cujo início da carreira esteve ligado à afirmação do neorrealismo em Portugal.
"O Almoço do Trolha" ultrapassou o valor recorde de um quadro vendido pelo Palácio do Correio Velho, "O Serão", de Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), arrematado por 309.255 euros em 2001.
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