Isabel Jonet,
presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares, alertou quinta-feira, em Fátima, para a existência dos "profissionais da
pobreza" em Portugal, que fazem da mendicidade um modo de vida, e apelou
ao reforço da cooperação entre as instituições de apoio social para
combater este flagelo, que chega a ser transmitido de geração em
geração.
"Em Portugal há aquilo a que
chamamos a transmissão intergeracional da pobreza e temos que quebrar
com essa transmissão. Há profissionais da pobreza habituados a andar de
mão estendida, sem qualquer preocupação em mudar, e as instituições, por
mais assistencialistas que sejam, têm que fazer o acompanhamento e a
supervisão, para que se quebrem os ciclos de pobreza. Ou seja, quando se
ajuda uma família pobre, deve-se procurar que essa família queira
deixar de ser pobre e não encare a assistência como uma forma de vida",
afirmou a dirigente, no final da conferência de encerramento do
29.º Encontro da Pastoral Social.
"Muitas pessoas querem ter a sua resposta social e por vezes sobrepõem
respostas com entidades ou organizações que, à sua beira, fazem o mesmo.
Portanto, temos que encarar a a solidariedade social e o exercício da
solidariedade como algo que tem que se fazer de forma integrada",
justificou.
Segundo Isabel Jonet, a pobreza no nosso país atinge 20 por cento
da população e exige que se combata "incessantemente" a apatia e a
indiferença, quer das pessoas, quer das instituições. Ao mesmo tempo,
requer menos voluntarismo e mais voluntariado, de forma estruturada.
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