sexta-feira, 18 de abril de 2014

Mas afinal náo é o médico de família o verdadeiro gestor do doente?

Os doentes com mais de cinco patologias crónicas e que são os principais consumidores de recursos devem passar a dispor de um gestor nos centros de saúde, alguém que seja responsável pelo seu acompanhamento personalizado. Uma melhor supervisão do estado do doente permitirá, a prazo, "controlar o desperdício de recursos", justificam os autores de um estudo esta quinta-feira colocado em consulta pública no Portal da Saúde e em que esta nova figura é proposta.

Os centros de saúde devem passar a ter um gestor do doente, que acompanhe o processo clínico do utente e faça a sua ligação aos cuidados hospitalares, segundo o estudo. 

"O conceito de gestor do doente que se propõe consiste numa figura que acompanha personalizadamente o doente com condições clínicas e socioeconómicas complexas ao longo de um 'continuum' de cuidados", refere o relatório do grupo de trabalho para a integração dos níveis de cuidados de saúde.

Com o aumento da prevalência de doenças crónicas em Portugal, os autores do estudo consideram que há uma maior necessidade de um acompanhamento mais próximo e personalizado dos doentes. 

Ao gestor do doente cabe assumir o processo de referenciação do doente, coordenar os cuidados de saúde, garantindo a sua continuidade, assegurar a adesão terapêutica e promover o auto cuidado do doente, capacitando-o para uma gestão autónoma da sua doença. 

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde considera que esta figura permite centrar nos cuidados primários o acompanhamento dos doentes.

"Para que o utente mantenha sempre uma âncora nos seus cuidados primários, com um gestor de cuidados que faça a ligação entre os vários agentes e entre os hospitais, se for caso disso", afirmou Fernando Leal da Costa. 

Os gestores de doentes terão sempre de ser profissionais de saúde, mas a tarefa pode ser partilhada entre médicos e enfermeiros, adiantou à Lusa o secretário de Estado. "Para que o utente mantenha sempre uma âncora nos seus cuidados primários, com um gestor de cuidados que faça a ligação entre os vários agentes e entre os hospitais, se for caso disso", explicitou. Estes profissionais terão que receber uma formação complementar específica para poderem assumir as novas tarefas. 

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