Os doentes com mais de cinco patologias crónicas e que são os principais
consumidores de recursos devem passar a dispor de um gestor nos centros
de saúde, alguém que seja responsável pelo seu acompanhamento
personalizado. Uma melhor supervisão do estado do doente permitirá, a
prazo, "controlar o desperdício de recursos", justificam os autores de
um estudo esta quinta-feira colocado em consulta pública no Portal da
Saúde e em que esta nova figura é proposta.
Os centros de saúde devem passar a ter um gestor do doente, que
acompanhe o processo clínico do utente e faça a sua ligação aos cuidados
hospitalares, segundo o estudo.
"O conceito de gestor do doente que se propõe consiste numa
figura que acompanha personalizadamente o doente com condições clínicas e
socioeconómicas complexas ao longo de um 'continuum' de cuidados",
refere o relatório do grupo de trabalho para a integração dos níveis de
cuidados de saúde.
Com o aumento da prevalência de doenças crónicas em Portugal, os
autores do estudo consideram que há uma maior necessidade de um
acompanhamento mais próximo e personalizado dos doentes.
Ao gestor do doente cabe assumir o processo de referenciação do
doente, coordenar os cuidados de saúde, garantindo a sua continuidade,
assegurar a adesão terapêutica e promover o auto cuidado do doente,
capacitando-o para uma gestão autónoma da sua doença.
Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto do
Ministro da Saúde considera que esta figura permite centrar nos cuidados
primários o acompanhamento dos doentes.
"Para que o utente mantenha sempre uma âncora nos seus cuidados
primários, com um gestor de cuidados que faça a ligação entre os vários
agentes e entre os hospitais, se for caso disso", afirmou Fernando Leal
da Costa.
Os gestores de doentes terão sempre de ser profissionais de saúde, mas a
tarefa pode ser partilhada entre médicos e enfermeiros, adiantou à Lusa
o secretário de Estado. "Para que o utente mantenha sempre uma âncora nos seus cuidados
primários, com um gestor de cuidados que faça a ligação entre os vários
agentes e entre os hospitais, se for caso disso", explicitou. Estes
profissionais terão que receber uma formação complementar específica
para poderem assumir as novas tarefas.
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