.../...«a demagogia está
também presente nesta visão redutora quando se pretende passar para a
opinião pública que a despesa com pensões é incomportável mas se omite
que existem situações diferentes: as das pensões que são a contrapartida
das contribuições feitas ao longo da vida activa e que conferem, por
isso, um direito à pensão, e as prestações atribuídas, de natureza não
contributiva em que os beneficiários nada descontaram para a SS. A isto
acresce o facto de, no caso dos funcionários públicos, o Estado não ter
contribuído com a sua parte, como empregador (à semelhança do que fazem
as empresas para a SS) não capitalizando o sistema público de pensões.
Poder-se-á dizer que
tudo isto é certo mas é inevitável reduzir a despesa pública. Para além
das reformas estruturais que podem contribuir, se forem feitas, para
esta redução, é preciso assumir que a solução estrutural para o país
está no aumento da competitividade que conduza a uma economia robusta e
sustentável de elevados níveis de bem estar. Ora isto não se compadece
com uma visão míope que se preocupe só com o lado da despesa (embora
seja necessário actuar, desde já, nesta vertente) e remeta para um papel
secundário o papel decisivo do aumento da competitividade (logo das
receitas e do bem estar futuro).»
(Excerto do artigo de opinião do economista e antigo ministro da Saúde Luís Filipe Pereira, publicado hoje no jornal "Económico" online, sob o título "Pensões e... gerações")
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