Numa entrevista ao jornal "Sol", Bagão Félix, antigo titular da pasta das Finanças e
da Segurança Social nos Governos do CDS/PSD considera que se devia
passar a meta do défice de 4% do produto interno bruto, como está
actualmente fixada, para os 4,25%. Bagão Félix diz estarmos
perante "relativos detalhes" e a prova disso é que, no dia seguinte à
decisão do Tribunal Constitucional, que chumbou um corte nas pensões no valor de 388 milhões de euros líquidos, os mercados não reagiram.
A relutância do primeiro-ministro em insistir numa flexibilização da
meta do défice é "uma obsessão, uma obstinação injustificável" que
prejudica o País, opina Bagão Félix, que considera que "antes da perspectiva da troika
está a perspectiva de Portugal".
Sobre os sistemas de pensões, Bagão Félix considera que estes têm de ser
reformados, "mas não com a perspectiva de resolver um período de três
anos de crise ou de troika". "Fazer uma reforma sim, mas como na Suécia,
que demorou dez anos e foram ouvidos todos os quadrantes políticos",
refere.
Bagão Félix sublinha ainda que "neste momento só falamos de pensões,
mas o grande obstáculo à sustentabilidade [da Segurança Social] é o
desemprego".
Sem comentários:
Enviar um comentário