sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A perspectiva de Portugal antes da perspectiva da troika

Numa entrevista ao jornal "Sol", Bagão Félix, antigo titular da pasta das Finanças e da Segurança Social nos Governos do CDS/PSD considera que se devia passar a meta do défice de 4% do produto interno bruto, como está actualmente fixada, para os 4,25%. Bagão Félix diz estarmos perante "relativos detalhes" e a prova disso é que, no dia seguinte à decisão do Tribunal Constitucional, que chumbou um corte nas pensões no valor de 388 milhões de euros líquidos, os mercados não reagiram.

A relutância do primeiro-ministro em insistir numa flexibilização da meta do défice é "uma obsessão, uma obstinação injustificável" que prejudica o País, opina Bagão Félix, que considera que "antes da perspectiva da troika está a perspectiva de Portugal".

Sobre os sistemas de pensões, Bagão Félix considera que estes têm de ser reformados, "mas não com a perspectiva de resolver um período de três anos de crise ou de troika". "Fazer uma reforma sim, mas como na Suécia, que demorou dez anos e foram ouvidos todos os quadrantes políticos", refere.

Bagão Félix sublinha ainda que "neste momento só falamos de pensões, mas o grande obstáculo à sustentabilidade [da Segurança Social] é o desemprego".

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