sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Polémica sobre o "Friso de Beethoven" de Gustav Klimt


Os herdeiros de uma família judaica espoliada pelos nazis reclamam do Estado austríaco a restituição do “Friso de Beethoven”, de Gustav Klimt, alegando que a pintura foi comprada por um preço inferior ao real.

O “Friso de Beethoven”, que está exposto no Museu da Secessão, em Viena, foi expropriado à família Laderer em 1938 após a anexação da Áustria pela Alemanha. Após a II Guerra Mundial, a Áustria devolveu a obra, de 1902, a Erich Lederer, herdeiro da família, que ficou, porém, proibido de levar a pintura e as restantes obras da sua colecção para o estrangeiro, decisão sustentada na lei da época. A Áustria impôs como condição para permitir a saída das restantes obras que Lederer vendesse o “Friso” por 550 mil euros, preço  abaixo do seu valor de mercado.

“O Estado obrigou-o a vender a obra a um preço muito baixo. Não tinha outra hipótese”, argumentou Marc Weber, advogado suíço que representa uma parte dos herdeiros da família Lederer, que considerou a manobra uma espécie de extorsão.

O proprietário, que tinha problemas financeiros, concordou com a venda e o quadro ficou na Áustria, onde foi restaurado. Em 2009, o país aprovou uma reforma legal que abriu a porta à restituição de obras cuja aquisição pelo Estado esteja relacionado com a lei de veto das exportações de arte. “Com a nova legislação” pode-se “pedir a saída do ‘Friso de Beethoven’”, disse Weber.

O pedido da família Laderer será agora apreciado por uma comissão encarregada dos pedidos de restituição das obras de arte, que fará depois uma recomendação ao Ministério da Cultura.

Segundo Weber, a família ainda não decidiu se, em caso de devolução,  venderá de novo a pintura à Áustria mediante novas condições ou a retirará do país.

(Baseado no artigo publicado no jornal online "página 1" de 17 de Outubro de 2013)

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