quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Novo teste para rastreio do cancro da próstata

Arul Chinnaiyan, M.D., Ph.D., e Scott Tomlins, M.D., Ph.D
Investigadores da Universidade do Michigan, nos EUA, desenvolveram um novo teste urinário para o cancro da próstata, que já se encontra comercialmente disponível, e que mede fragmentos de ARN em minutos.

O novo teste denominado por MiPS (Mi-Prostate Score)  melhora o teste sanguíneo do PSA, aumenta a capacidade dos médicos diferenciarem os pacientes com tumores da próstata de elevado e de baixo risco, e poderá ainda ajudar a evitar a realização de biopsias desnecessárias.

O antigénio específico da próstata (PSA) é uma proteína produzida pela próstata. Durante décadas o teste do PSA foi utilizado como marcador da presença deste tipo de cancro. Contudo, este tipo de teste não é específico para o cancro da próstata. Na verdade situações não cancerígenas como o aumento ou a inflamação da próstata podem levar a aumentos dos níveis de PSA. Mesmo em situações em que os níveis desta proteína aumentam para níveis considerados acima da gama normal, indicando a necessidade de biópsia, menos de metade destes procedimentos detectam a presença de células cancerígenas. Adicionalmente, cerca de 44% das biopsias despoletadas pelos valores de PSA encontram células cancerígenas não letais e improváveis de reduzir a esperança de vida do paciente.

Neste contexto, os investigadores da Universidade do Michigan desenvolveram o MiPS que é altamente específico para o cancro da próstata. Este teste procura, em amostras de urina, dois marcadores moleculares específicos. Um dos marcadores é um fragmento de ARN de um gene, o PCA3, que tem uma actividade elevada em 95% dos cancros da próstata. O segundo marcador é ARN que apenas é formado quando dois genes, o TMPRSS2 e o ERG, se fundem. A presença desta fusão na urina é muito específica para este tipo de cancro.

No estudo publicado na “Science Translational Medicine”, os investigadores verificaram taxas mais elevadas de cancro em homens com os níveis mais levados de TMPRSS2:ERG e PCA3 na urina. Os participantes do estudo foram divididos em três grupos (baixo, intermédio e elevado) os quais tiveram por base os níveis deste dois marcadores.

Outros estudos também demonstraram que estes dois marcadores são mais eficazes que o teste de PSA ou que a sua incorporação na calculadora de risco do cancro da próstata, na previsão da presença do cancro da próstata.

 (Adaptado de artigo publicado  no portal "Univadis")

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