«Toneladas de desperdício»
«Desde a implementação da nova Lei da DCI (prescrição
de medicamentos por princípio ativo) assistimos a uma deterioração da
qualidade da medicina. Em muitos casos, como nos antibióticos, o médico
não pode selecionar o medicamento que pretende dar ao seu doente. As
farmácias trocam as receitas para marcas mais caras, com graves
prejuízos financeiros e de saúde para o doente, perante o silêncio do
Ministério da Saúde.
A Lei nem sequer aumentou a
taxa de genéricos, tal como a Ordem dos Médicos alertou. É a prescrição
médica e a entrada de novos genéricos que vão aumentando a respetiva
taxa.
Uma das medidas mais estólidas da Lei da DCI
é obrigar a que, em cada receita, apenas se possa colocar um único
medicamento com marca, seja genérico ou original. Todos os doentes
percebem, porque muitos levam dezenas de receitas! Um doente levou 33
receitas! Com desperdício de toneladas de papel, de toner e de tempo!
Desculpem, mas não encontro justificação melhor, é uma absurda estolidez do Ministério da Saúde!»
(Opinião de José Manuel Silva, Bastonário da Ordem dos Médicos, publicada no jornal "Correio da Manhã" do dia 04.07.2013)
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