sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ainda a propósito do "caso" Artur Baptista da Silva

.../...«sendo a economia uma ciência política, o estatuto não chega para dar um carimbo de verdade ao que alguém diz e escreve. Até se pode ser burlão com cartão de visita verdadeiro. Porque este debate, o da crise europeia e portuguesa, não é essencialmente técnico. É político. Como se pode ver ao observar o desempenho em funções políticas de alguns dos técnicos encartados que referi. [Vítor Constâncio, Vítor Gaspar, António Borges, Álvaro Santos Pereira]
 
Talvez este burlão nos tenha dada uma oportunidade: a de dar menos importância ao estatuto de quem fala e um pouco mais de atenção à racionalidade do que se diz. Um disparate não deixa de ser um disparate se for dito por um economista. Uma verdade não passa a ser mentira se for dita por alguém sem estatuto técnico e com algum estatuto intelectual. Talvez não seja assim com a astronomia. Mas quando falamos de grandes opções políticas, o cartão de visita, verdadeiro ou forjado, serve de pouco. Não há consultor que nos salve da falta de visão política.»

(Excerto do artigo de opinião de Daniel Oliveira, em "Antes pelo contrário", publicado ontem no jornal "Expresso")

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