Comemora-se hoje o "Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer". A propósito deste dia é oportuno lembrar que alguns estudos recentes (ver High Blood Caffeine Levels in Older Adults Linked to Avoidance of Alzheimer’s Disease) concluíram que três ou mais cafés diários podem prevenir, ou retardar, a doença.
A conclusão da investigação revela que o café reduz o risco de demência ou, pelo menos, o aparecimento é tardio. Menciona o estudo que as pessoas que desenvolvem a doença precocemente têm níveis de cafeína 51 por cento mais baixos.
A perda progressiva de memória é o principal sintoma da doença de Alzheimer, afectando sobretudo pessoas com mais de 60 anos. Como a cura é ainda desconhecida, a prevenção tem sido um grande foco dos cientistas. Na Europa, 1,4 milhões de cidadãos europeus desenvolvem demência, o que corresponde a um novo caso por cada 24 segundos que passam.
Rodrigo Cunha, do Centro de Neurociências da Faculdade de Medicina de Coimbra, em declarações à Rádio Renascença, explicou que "aparentemente, quem bebe mais café tem uma menor susceptibilidade de vir a desenvolver este tipo de problemas demenciais". O especialista acrescentou ainda que "os locais no nosso cérebro onde actua a cafeína para nos dar este benefício, aparentemente, são distintos em diferentes pessoas. Portanto, a dose ideal de café terá de ser optimizada, indivíduo a indivíduo, na certeza de que há pessoas que são intolerantes ao consumo de café" referiu.
Rodrigo Cunha aborda o estudo americano explicando que "a presença de níveis mais elevados de cafeína no sangue de um indivíduo (significando que consome mais café) aparentemente atrasa o desenvolvimento de uma situação pré-demencial – a que se dá o nome de défice cognitivo ligeiro (mild memory impairment) – para o estabelecimento de uma doença de Alzheimer mais gravosa". Por isso, o consumo de 3 a 4 cafés diários surge como medida preventiva, adiando a perda de capacidades cognitivas cerca de 2 a 4 anos, proporcionando melhor qualidade de vida ao doente e aos seus familiares.
Para além do café, se este não estiver contra-indicado por outros motivos médicos, o exercício, físico e mental, também ajuda a prevenir a doença neurodegenerativa. É neste sentido que Rodrigo Cunha, do Centro de Neurociências da Faculdade de Medicina de Coimbra, recomenda "Uma vida activa do ponto de vista de utilização de capacidades cognitivas; aprender, interessar-se; a motivação, a atenção por vários problemas que estão à volta". Contudo as pessoas devem estar também atentas a factores que podem contribuir para o aparecimento da demência como, por exemplo, a diabetes.
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